Participação supera expectativas
Kit Gaion
Redação

Começou por volta das 11 horas de 19 de abril o I Encontro Nacional de Mulheres da Conlutas, no Clube de Regatas do Tietê, em São Paulo. Até agora foram inscritas 711 pessoas entre delegadas, observadores e observadoras. As inscrições ainda não terminaram.

As quase mil cadeiras do ginásio estão praticamente tomadas pelas delegações que vieram de todas as partes do país. A mesa de abertura contou com representantes de entidades e movimentos que fazem parte da Coordenação Nacional de Lutas, sob a coordenação de Janaína Rodrigues, da Oposição Alternativa da Apeoesp e militante do PSTU, e Silvana, da FOS (Frente de Oposição Socialista).

Também compunham a mesa Rosângela Calzavara, do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP), Dayse Oliveira, do GT (grupo de trabalho) de Negros e Negras da Conlutas, Myrela, do GT de GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros),Camila Lisboa, da Conlute, Vera Nepomuceno, da Conlutas do Rio de Janeiro e diretora do Sepe (Sindicato dos Trabalhadores na Educação Pública do Estado), Maria Inês, do Andes (sindicato nacional dos professores do ensino superior), Valdirene, do acampamento Pinheirinho, em São José dos Campos, além de Conceção, do Sindicato dos Gráficos de Minas Gerais, e Santana, do Sindicato da Confecção Feminina de Fortaleza (CE).

Encontro histórico
“Acabamos de parir aqui esse encontro. Com muita luta e muito esforço conseguimos construir esse evento histórico”, disse Rosângela, bastante aplaudida. Ela denunciou o machismo e a exploração vivida pelas mulheres metalúrgicas, contando sua própria experiência na dura realidade das fábricas. “Em uma das fábricas em São José é interessante que todas as operárias fumam, porque é o único momento em que podem descansar as mãos”, afirmou. Ela pediu um minuto de silêncio pelas militantes e ativistas que tombaram na luta contra a opressão.

Atnágoras Lopes, falando em nome da Conlutas, denunciou o machismo, que atinge também os homens da classe trabalhadora. “O machismo é uma arma do capitalismo para dividir a classe. As mulheres, além do machismo do capitalismo, têm que enfrentar o machismo de seus próprios companheiros, gente como nós, que não estamos livres disso”, afirmou. Ele ressaltou ainda a importância do encontro para a preparação do I Congresso da Conlutas em julho, assim como a luta contra o machismo na batalha pelo socialismo.

Cecília Toledo fez uma saudação em nome da LIT (LIga Internacional dos Trabalhadores), ressaltando o caráter internacionalista do encontro. Cecília leu também uma saudação das mulheres professores da cidade argentina de La Matanza. Ela lembrou a luta das mulheres egípcias e haitianas na luta contra a alta nos preços dos alimentos e a fome.

O regimento interno foi aprovado por ampla maioria e garante o direito a voto a todas as delegadas inscritas por sindicatos, movimentos e oposições da Conlutas. Os homens presentes ao encontro foram credenciados como observadores.

À tarde serão discutidos os temas de conjuntura nacional e internacional.