Deputados comemoram aprovação da PEC da reforma
Redação

Deputados aprovaram o texto da reforma da Previdência mesmo com os dados que embasaram a PEC mantidos secretos pelo governo

Na noite desta terça-feira, 23, os deputados da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) aprovaram o PEC da reforma da Previdência por 48 votos a 18. O imbróglio que envolvia a tramitação do projeto na comissão foi resolvido numa reunião na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que contou também com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e a promessa de R$ 40 milhões em emendas a cada deputado que votar a favor da reforma no plenário, além de cargos.

A CCJ é o primeiro passo para a aprovação da reforma da Previdência. Após isso, a PEC vai para a comissão especial que o governo quer instalar ainda esta semana, onde deve ser analisada em 40 sessões, para finalmente ir a plenário, onde deve ser votado em dois turnos. Depois disso, vai para o Senado. A expectativa do governo é votar o fim da Previdência pública em junho.


Deputado Valdir e Eduardo Bolsonaro durante reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)

Dados sobre a PEC sob sigilo
Os deputados da CCJ aprovaram a PEC mesmo com os estudos e pareceres que embasaram o texto sob sigilo. As informações mantidas secretas pelo governo foram reveladas pelo jornal Folha de S. Paulo, que requereu os dados com base na Lei de Acesso à Informação, mas teve o acesso negado. Uma das justificativas para manterem secretos os estudos foi a de que sua revelação poderia “afetar os mercados” e a tramitação da proposta no Congresso Nacional.

O sigilo dos estudos do governo sobre a PEC da reforma da Previdência coloca em xeque a versão propagada de que a reforma “combate privilégios” e que não afetaria os mais pobres ao economizar R$ 1 trilhão durante 10 anos. Reforça, na verdade, o fato de que essa reforma recai sobre os trabalhadores e justamente os setores mais pobres e vulneráveis.

Confira abaixo os deputados que votaram a favor da reforma na CCJ

Aguinaldo Ribeiro (PP/PB)
Alceu Moreira (MDB/RS)
Arthur Oliveira Maia (DEM/BA)
Beto Rosado (PP/RN)
Bia Kicis (PSL/DF)
Bilac Pinto (DEM/MG)
Caroline de Toni (PSL/SC)
Celso Maldaner (MDB/SC)
Daniel Freitas (PSL/SC)
Darci de Matos (PSD/SC)
Delegado Éder Mauro (PSD/PA)
Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG)
Delegado Waldir (PSL/GO)
Edilázio Junior (PSD-MA)
Eduardo Cury (PSDB/SP)
Fábio Trad (PSD/MS)
Felipe Francischini (PSL/PR)
Gelson Azevedo (PR-RJ)
Geninho Zuliani (DEM/RJ)
Giovani Cherini (PR/RS)
Herculano Passos (MDB/SP)
Hiran Gonçalves (PP/RR)
João Campos (PRB/GO)
João Roma (PRB/BA)
Lafayette de Andrada (PRB/MG)
Luizão Goulart (PRB/PR)
Marcelo Aro (PP/MG)
Marcelo Ramos (PR/AM)
Márcio Biolchi (MDB/RS)
Margarete Coelho (PP/PI)
Nicoletti (PSL/RR)
Paulo Abi-ackel (PSDB/MG)
Paulo Azi (DEM/BA)
Paulo Eduardo Martins (PSC/PR)
Reinhold Stephanes Junior (PSD/PR)
Samuel Moreira (PSDB/SP)
Sergio Toledo (PR/AL)
Shéridan (PSDB/RR)
Maurício Dziedricki (PTB/RS)
Diego Garcia (PODE/PR)
Enrico Misasi (PV/SP)
Genecias Noronha (SD-CE)
Léo Moraes (PODE/RO)
Luiz Tibé (AVANTE-MG)
Pastor Eurico (PATRI-PE)
Augusto Coutinho (SD-PE)
Rubens Bueno (CIDADANIA-PR)
Gilson Marques (NOVO-SC)

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