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Redação

Governador do PT na Bahia exonera secretários para votarem a favor de Temer

Com grande parte do Congresso Nacional nas mãos e uma leva de deputados comprada por meio da liberação de emendas parlamentares, Temer deve ter sua denúncia de corrupção votada nesta quarta-feira, 2. A denúncia de corrupção passiva feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF) deve ter a aprovação de pelo menos dois terços (342 votos) da Câmara para ter sequência.

A poucas horas da votação, o governo anuncia já ter os votos suficientes para enterrar a denúncia do bandido pego no flagra em conversas “nada republicanas” com Joesley Batista da JBS. E pagou caro por isso. Entre junho e a metade de julho, Temer liberou mais de R$ 4 bilhões em emendas parlamentares. Quase quatro vezes mais que o montante liberado no restante do ano.

Só o folclórico deputado federal Wladimir Costa (SD-PA), que ficou famoso por tatuar o nome de Temer no ombro, recebeu nada menos que R$ 7 milhões, segundo o Portal Contas Abertas. Enquanto isso, o governo anunciava o corte adicional de R$ 5,9 bilhões do orçamento, que se juntaram aos R$ 40 bi anunciados no início do ano.

Wladimir Costa: Tatuagem de Temer e R$ 7 milhões em emendas

Isso sem contar o aumento da gasolina, que deve render ao governo mais R$ 10,4 bilhões à custa da elevação do custo de vida à população. Ou seja, estamos todos nós, trabalhadores e a população, pagando a baciada de deputados comprada por Temer para abafar a denúncia de corrupção.

A ajudinha do PT
Não é só Temer e o seu governo corrupto que querem enterrar a denúncia de corrupção nesta quarta. O governador da Bahia, Rui Costa, do PT, resolveu dar uma mãozinha para o vice de Dilma e exonerou dois secretários de seu governo para que retomem os mandatos de deputado federal e possam votar em favor de Temer.

Os secretários são os deputados licenciados Fernando Torres (PSD) e Josias Gomes da Dilva (PT), que devem abster-se na votação. Assim, garantem o quórum mínimo para a realização da votação e, na prática, votam a favor de Temer, pois cabe aos que são contrários ao presidente conseguir os 342 votos necessários para que o processo siga no STF.

Fora Temer! Fora Todos Eles!
A oposição parlamentar a Temer está por enquanto dividida em relação à tática para a votação da denúncia de Janot. Uma parte defende a obstrução, ou seja, não garantir o quórum necessário à votação. Já a outra parte defende ir votar, expondo os deputados favoráveis a Temer. A verdade, porém, como mostra a postura do governador petista, é que o PT não está de fato pelo “fora Temer”, nem “Diretas já”. Quer desgastar o governo até 2018 para capitalizar eleitoralmente. De preferência com as reformas aprovadas.

Foi por isso que a CUT puxou o freio da Greve Geral do dia 30 de junho contra as reformas. A Força Sindical, outra responsável pelo boicote do dia 30, apoia e faz parte da base aliada de Temer e tampouco quer vê-lo fora. Traiu a greve para negociar com o governo, entre outras coisas, o imposto sindical.

A aprovação de Temer é de meros 5%, uma rejeição histórica só comparada com o final do governo Sarney. Desgastado, abandonado por parte da burguesia e em meio a uma crise econômica e social sem precedentes, ele só se mantém lá, e impondo ataques à classe trabalhadora, pela compra de deputados igualmente corruptos e, principalmente, por conta da direção do movimento de massas como o PT e a CUT, e a Força Sindical, UGT e CTB.

A saída para botar abaixo esse governo, esse Congresso Nacional de corruptos e as suas reformas, é a organização pela base das categorias dos trabalhadores e dos comitês. Vamos unificar por baixo as lutas dos trabalhadores e do povo pobre, enfrentar as direções das centrais pelegas, rumo a uma mobilização e uma Greve Geral que ponham abaixo o governo Temer e o Congresso, revogue a reforma trabalhista e enterre de vez a reforma da Previdência exigida pelos banqueiros.