Junto com a eleição para os cargos no Senado, aconteceu a posse dos novos senadores, eleitos em 2006. Fernando Collor de Mello foi, sem dúvida, a maior atração da solenidade.

Depois de 14 anos longe da política oficial, Collor regressa, eleito pelo PRTB/AL. Já no dia seguinte à posse, migrou para o PTB, partido da base governista e do qual também faz parte o ex-deputado Roberto Jefferson, aquele do “mensalão“.

Collor, derrubado pelas históricas mobilizações de 1992, que ficaram conhecidas como “Fora Collor”, deu uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo em que, lacônico, sugeriu que fora injustiçado na época. “Tenho agora uma tribuna para oferecer minha versão dos episódios que redundaram no meu afastamento da presidência”, disse.

Para quem não lembra, Collor esteve envolvido em, no mínimo, 17 escândalos de corrupção. Entre os mais badalados, estão o da privatização das estatais, o da Previdência Social, o do FGTS, o do Banco Central, o do Banco do Brasil, o da merenda escolar, o da Vasp, etc.

O estopim para a sua derrubada foi o “caso PC Farias”. O esquema de escoamento de dinheiro, semelhante ao “mensalão”, tomou proporções que tornaram a situação impossível de abafar. Paulo César Farias, o PC, era uma espécie de Marcos Valério do governo Collor.

Na campanha eleitoral para presidente, em 2006, Collor declarou seu voto em Lula. Ele disse, ainda, que seu desejo é “apoiar as medidas que o governo vem adotando na área econômica e social”. Para ele, nada mudou na agenda econômica e política desde 1990 e afirma que Fernando Henrique e Lula apenas continuaram implantando o plano criado por ele.