Os trabalhadores, ainda que com desigualdades em cada país, estão respondendo com muita força à guerra social desatada pela Troika. As mobilizações do dia 15 de outubro (conhecida como 15-O) foram um ponto alto no sentido de avançar para jornadas de luta coordenadas em nível nacional e internacional.

Nessa data, milhares de jovens e trabalhadores saíram às ruas contra os efeitos da crise gritando: “os de cima não nos representam”.

As bandeiras de luta do 15-O se expandiram para muitos lugares como, por exemplo, Nova York, onde tiveram uma tônica mais anticapitalista e contra o capital financeiro. Isso expressa um avanço positivo no grau de consciência do movimento. É preciso manter os setores que se mobilizaram e somar mais trabalhadores aos protestos, o que é determinante para poder unificar as lutas ou greves dos trabalhadores com as lutas da juventude.

Novos dias de luta
Neste sentido, destacamos fatos muito positivos. Na Grécia, no final de outubro, ocorreu outra nova greve geral da qual participaram mais de 250 mil pessoas. Em novembro, como “recepção” ao novo governo da Troika, os jovens e trabalhadores gregos saíram uma vez mais às ruas, massivamente, para lutar contra os planos que Papademos tenta impor.

No dia 17 de novembro, na Itália, no mesmo dia em que Monti pedia o “voto de confiança” ao Senado, estudantes e alguns sindicatos protestavam em 60 cidades do país contra os cortes e os planos anunciados. Os manifestantes questionaram “o governo dos bancos” e as medidas de austeridade que propõe o novo governo para “sair da crise”. Em Roma, Milão, Turin e Palermo, mais de 10 mil manifestantes se enfrentaram com a polícia. Em Milão o grito era: “Nem Berlusconi, nem Monti”. Em Florença, os estudantes alçavam cartazes com lemas contra o novo gabinete “tecnocrata”: “Monti porco, servo do capitalismo”, “A crise é deles e o dinheiro nosso”.

Na Espanha foi convocada uma greve dos trabalhadores da Previdência pública que está sendo desmantelada. Os trabalhadores da educação e os estudantes continuam em luta após uma jornada de greve, no último dia 17.

Portugal está convocando uma greve geral para o dia 24. Na Inglaterra, o TUC (Trade Unions Congress), central sindical única do país, votou o chamado a uma greve geral para o dia 30, contra os ataques à classe operária britânica, sobretudo contra o corte nas aposentadorias.

Estados Unidos
Cruzando o Atlântico, como reflexo de todas estas lutas, sob o grito de “Somos os 99%”, milhares de pessoas ocuparam Wall Street e a Ponte Brooklin, nos EUA. No dia 14, a polícia de Nova York desalojou violentamente o Parque Zuccotti (a “Porta do Sol” ou a “Praça Tahrir” dos EUA) palco das manifestações nova-iorquinas. Milhares se juntaram contra a ação policial com cartazes que diziam: “podem nos expulsar de uma praça, mas não podem nos tirar uma ideia”.
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