Wagner Silva, mecânico de manutenção da multinacional francesa PSA Peugeot Citroën, com sede em Porto Real (RJ), foi eleito no dia 22 de junho para a da CIPA da montadora, como o segundo operário mais votado.

Wagnão, como é conhecido no chão da fábrica, havia sido demitido no final do mês maio. Foi a forma truculenta que a empresa achou de intimidar os que ousam defender os trabalhadores na busca por condições de trabalho seguro.

A vitória pela reintegração do companheiro só foi possível pela intervenção direta da CSP-CONLUTAS, que soltou milhares de panfletos na região denunciando a situação e dando todo o apoio jurídico ao caso.

Peugeot: Fábrica de lucro e superexploração
A montadora se destaca na superexploração e nos baixíssimos salários, o que a levou ser uma das empresas do ramo instaladas no país que mais cresceu na década de 90. Sua sede pelo lucro é insaciável. Atualmente produz 150 mil unidades por ano e projeta crescer essa produção para 220 mil em 2012, ou seja, uma média de 602 carros por dia. No entanto, nem de longe a participação nos lucros para os trabalhadores reflete esses números. Depois de muita briga, obtiveram uma PLR de apenas R$ 5.500, uma das menores do país.

A Peugeot funciona em 3 turnos ininterruptos e possui 5 mil operários, número totalmente insuficiente para obter essa produção recorde. Esse fato, por um lado potencializa ao máximo a exploração da mão de obra, destruindo com a saúde do operário, e por outro, garante uma altíssima lucratividade.

Aos poucos, a história vai mudando
A vitória de Wagner Silva e de outros metalúrgicos que contestam essa situação na eleição da CIPA é algo que demonstra novos ventos de mudança na região Sul Fluminense. Esse ano, por 3 vezes consecutivas os metalúrgicos negaram a proposta de reajuste salarial e PLR da empresa, que contava com o apoio descarado do sindicato dos metalúrgicos, até pouco tempo ligado a Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) e agora filiado à Força Sindical.

A vontade dos trabalhadores era por greve, mas infelizmente, o sindicato foi um das grandes barreiras. Mesmo assim, com uma mobilização de “formiguinha” ocorrida no interior da fábrica, os metalúrgicos conseguiram arrancar um plano de cargos que reajustou o salário dos trabalhadores da produção em 21%.

Parabéns a todos os operários e operárias da região, que estão de “alma lavada” e mais fortalecidos para as lutas que ainda virão!