Quando chega a época das chuvas, a apreensão toma conta da população. As famílias que moram nas áreas de risco ou quem têm suas casas invadidas pelas águas, perdem o sono, pois podem perder todos seus pertences, adquiridos após as últimas enchentes e que na maioria das vezes ainda estão pagando as prestações.

Os buracos nos asfaltos tomam conta das ruas e fazem os motoristas tomarem cuidados redobrados para não caírem nas crateras. As tragédias passam a fazer parte do dia-a-dia da população. Todo ano é a mesma história, os governos Federal, estadual e municipal se unem no mesmo discurso, responsabilizando a natureza pelas tragédias, e segundo as estatísticas, sempre é o ‘maior volume de chuva da história´, ou ‘dos últimos cem anos´.

Este ano não está sendo diferente. Já são 41 cidades em estado de emergência, incluindo a capital, mas havia uma grande expectativa da população de que as enchentes pelo menos diminuíssem. Afinal de contasforam realizadas obras faraônicas, bilhões de reais foram gastos como parte da preparação da cidade para Copa do Mundo.

Só que esquecemos que a copa não acontece na época das chuvas. E os governos federal, estadual e municipal não estão preocupados com as chuvas, com a população. Eles querem preparar a cidade para o turista, “para o inglês ver”. Mas é o dinheiro público que está sendo gasto para isso. As obras, como a linha verde não resistiram as águas, mas afinal não foram feitas para enfrentar as águas do verão. A população que foi expulsa para a construção das obras, até agora não teve sua tão sonhada casa, afinal esta não é prioridade desses governantes.

Esta cada vez mais claro que o governo Dilma, o governo Anastásia e o governo Márcio Lacerda não resolvem o problema das enchentes por falta de vontade política. Os governos alegam falta de recursos, mas está claro que isso não é verdade. Haja vistos os recursos bilionários para as obras da copa.

Alguns governos tem se utilizado das enchentes para beneficio próprio. Ao se declarar estado de emergência na cidade, é permitido ao prefeito realizar diversos contratos de serviço e de compras sem licitações. Outros, como aconteceu nas tragédias das cidades do estado do Rio de Janeiro em 2011, desviam recursos destinados para o socorro das vitimas das enchentes. Inclusive teve prefeito que foi afastado por essa razão.

Portanto, deve ficar claro que as enchentes são responsabilidade dos governantes que não priorizam políticas para resolverem esse problema. Esse tipo de obra não dá voto nem propaganda do governo. Por isso, esse descaso transforma-se em tragédia todo ano com a chegada das chuvas.

É preciso que os movimentos sociais, juntamente com as organizações dos trabalhadores, busquem envolver a sociedade para construir um grande movimento e dar um basta a esta situação. Em 2012 haverá eleições para prefeito e vereadores, portanto um momento muito importante para cobrá-los e apresentar novas alternativas representando os verdadeiros interesses dos trabalhadores e da população.

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