Neste 11 de março, São Paulo amanheceu com uma notícia triste e lamentável. A forte chuva que atingiu a região alagou cidades inteiras da Grande São Paulo, deixando, até o momento, 16 mortos, 11 desaparecidos e dezenas de feridos. Nos solidarizamos com os familiares das vítimas e com todos os trabalhadores que vivem esta tragédia.



E pela gravidade da situação é preciso dizer que só a forte chuva não explica tamanha tragédia. Os governos e a mídia tentarão culpar a natureza e dizer que a quantidade de chuva causou tudo isso. E é verdade. Sem a chuva, não teria alagamento. Mas o que devemos nos perguntar é por que esta chuva causou mortes? Por que alagou regiões inteiras? Por que destruiu casas e prejudicou famílias inteiras?

A explicação está no descaso dos governos em investimentos de infraestrutura para preparar as cidades para a possibilidade de grandes chuvas e, também, na lógica urbana da especulação imobiliária. Aqueles que perderam suas vidas eram trabalhadores, pobres, empurrados pela especulação imobiliária para áreas de risco por não terem condições de pagar aluguéis caros. E essas situações de risco são ainda mais ampliadas porque não há investimento em obras públicas que preparem estas regiões para estes períodos de chuva. Não há escoamento de água, canalização dos rios, permeabilidade dos solos.

Nós não podemos controlar a quantidade de chuva, mas os governos podem impedir que estas tragédias aconteçam ou reduzir seus impactos.

 
 
 
 
 

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