Chuva deixou centenas de desabrigados e alagou quase todos os bairros, inclusive a Arena das Dunas

Toda a solidariedade aos desabrigados e atingidos pelas chuvas em Natal


O prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT) fez de tudo para maquiar a cidade e impedir que os turistas e a imprensa internacional conhecessem a verdadeira Natal. Para isso, até proibiu greves e protestos, como a dos servidores da saúde e o acampamento em frente à prefeitura. Mas a forte chuva que desabou sobre nos últimos dias mostrou os graves contrastes e problemas sociais de nossa cidade.

A chuva deixou centenas de desabrigados e alagou praticamen­te todos os bairros e até a Arena das Dunas, que custará R$ 1,3 bilhão, e a Fan Fest, que foi suspensa. Ainda que tenha atingido alguns prédios e moradias de luxo em Areia Preta, a chuva não caiu igual para todo mundo. Repetiu-se o que costuma ocorrer em enchentes e tragédias das principais cidades do País. Quem mais sofre são os trabalhadores e pobres da cidade. Aqui, os moradores de Mãe Luíza tiveram suas casas arrastadas e aguardam agora pela ajuda dos governos e pela solidariedade da população.

O episódio mostra que os governos, como o de Carlos Eduardo, Dilma e Rosalba, preferiram investir na Copa do Mundo e cortaram ou mantiveram gastos mínimos para a área social e para a prevenção de enchentes. O resultado dessa prioridade está aí, no sofrimento dos moradores.

Alagamentos: cadê os R$ 126 milhões para a drenagem da cidade?
A chuva não afetou apenas os que tiveram que deixar suas casas. Como em todas as chuvas, milhares de pessoas sofreram com os alagamentos em todos os bairros da cidade, tiveram a casa invadida pela água, perderam bens e sofrem com a lama nas ruas e o risco de doenças.

O governo Rosalba gastou milhões na TV prometendo saneamento para Natal e o RN. Carlos Eduardo, para aprovar os empréstimos da Copa, disse que iria drenar a cidade. No Portal da Transparência, estão previstos R$ 126 milhões para obra de drenagem, ddo Arena das Dunas até o Rio Potengi. Esta obra, como tantas outras, nunca começou, porque o governo priorizou as obras para os turistas, como o calçamento das ruas e a grama no entorno da Arena das Dunas. Tampouco há garantias de que será feita. Caminha para que o legado da Copa seja a imagem da tragédia que se abateu sobre a cidade.

Culpar a natureza é esconder o problema: por um programa socialista contra as enchentes

É preciso cercar de solidariedade a população atingida pelos impactos da chuva e enchentes em Natal, sobretudo os trabalhadores e o povo pobre. São eles que vivem nos locais mais afetados, sem saneamento básico, drenagem e são também os que menos têm condições financeiras de reaver as perdas que tiveram com a destruição de suas casas, móveis etc.

É necessário, portanto, construir uma solidariedade real (e não a feita por empresas e bancos e construtoras, que têm seus próprios interesses), com todos aqueles que sentem na pele todos os dias o problema da população que moram nas periferias, nos morros, etc., com uma campanha de ajuda aos atingidos independente, organizada pelos movimentos sociais.

Exigimos que os leitos dos hotéis privados da cidade, cujos proprietários ganham muito dinheiro e são tratados como reis pelos governos (principalmente durante a Copa do Mundo), sejam imediatamente cedidos para as pessoas que estão sem suas casas se abrigarem.

Exigimos que o aparato montado para a Copa do Mundo seja utilizado para atender os desabrigados, vistoriar as áreas atingidas e evitar que a catástrofe se amplie. Em vez de reprimir os manifestantes ou sitiar as áreas próximas da concentração das seleções, os soldados devem ser colocados para salvar vidas e proteger a população.

Mas, somente ajudar quem está passando por isto não vai resolver a situação. Fazer isso seria colocar a responsabilidade dessa tragédia apenas na natureza, quando sabemos que os governos são os responsáveis diretos. Não se pode impedir os fenômenos da natureza, mas é perfeitamente possível se investir em infra-estrutura para que a vida das pessoas não seja afetada por ausência de infra-estrutura. Infelizmente isso não ocorre porque os interesses das grandes empresas e das multinacionais (como se pode perceber com os investimentos na Copa do Mundo, em detrimento dos serviços e infra-estrutura pública) está sempre acima das necessidades trabalhadores e da população pobre.

Se a raiz do problema não for atacada, próximas chuvas poderão repetir o quadro, deixando mais desabrigados ou até mesmo mortos. A verdadeira solidariedade com as vítimas é, portanto, realizar um plano de obras públicas para sanear e drenar 100% da cidade, a começar pelos bairros pobres e periferias. E preciso também desocupar imediatamente os terrenos em área de risco e construir moradia para as pessoas que estão nas localidades atingidas, através da desapropriação dos terrenos e prédios desocupados, que servem apenas para a especulação imobiliária dos grandes empresários.

Isto só é possível com um governo que se enfrente com o lucro dos empresários, com os interesses dos capitalistas. Um governo que seja de fato dos trabalhadores.

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