Atualmente a indústria petrolífera mundial é controlada pelas chamadas Big Oil, empresas multinacionais de paises imperialistas que ganham somas impressionantes de lucros com a exploração e comercio de petróleo e gás: Exxon, Mobil, Chevron, Texaco, Gulf, BP e Shell.

Supostamente, é especialista em exploração em águas profundas.

A norte-americana Chevron comprou a Gulf em 1985, a Texaco em 2001, e a californiana Unocal, em 2005. Hoje é uma das grandes do mundo: a maior concessionária geral no golfo do México, a maior produtora privada do Cazaquistão, Azerbaijão, Bangladesh e Tailândia; produz metade do petróleo bruto da Indonésia; e participa da zona neutra situada entre Arábia Saudita e Kuwait.

Na África, está envolvida em exploração e produção em Angola, Chade, Congo, Líbia e Nigéria, com cerca de 15% do total da produção destes países. Na Europa, a Chevron tem interesses em 11 campos em produção offshore do Reino Unido, e na Dinamarca, Países Baixos e Noruega.

Nos Estados Unidos é a terceira maior produtora de hidrocarbonetos, produz na Califórnia, Golfo do México, Louisiana, Texas, Novo México, nas Montanhas Rochosas e no Alasca, além de areias petrolíferas em Athabasca, na província de Alberta, no Delta Mackenzie e no Mar de Beaufort, no Canadá.

No Colorado a Chevron tem ainda 1.200 empregados na mineração, onde fornece carvão e molibdênio com a Chevron Mining Inc. Alem de minas de carvão no Alabama (Rio Norte), Novo México (McKinley) e em Wyoming (Kemmerer).

CRIMES AMBIENTAIS E OUTROS CRIMES
A Chevron, ao explorar petróleo, a partir de areias betuminosas no Canadá, é uma das maiores poluidoras do mundo, pois este processo gera três vezes mais poluição que a produção convencional.

Grupos indígenas e 80 comunidades equatorianas pleiteiam indenizações da Chevron pela destruição de suas casas, saúde e meio ambiente. O processo contra Chevron denuncia que a Texaco (incorporada por ela) que operou na região Norte da Amazônia Equatoriana entre 1964 a 1992, removeu comunidades e danificou mais de 1 milhão de hectares da antiga floresta tropical e despejou 70 bilhões de litros de resíduos tóxicos.

A crise de saúde nas comunidades agrícolas inclui casos de leucemia e linfoma, câncer cervical, de estomago, de laringe, fígado e vesícula biliar.

A Chevron foi defendida pelo famoso advogado Jones Day, que defendeu Bush no caso da recontagem dos votos da Florida, e foi seu assessor entre 2001 e 2003, como mostra o livro “A Tirania do Petróleo”, de Antonia Juhasz.

Na década de 60 a Chevron chegou a Nigéria. Em 1999 os nigerianos entraram em um tribunal norte-americano, denunciando um massacre da empresa um ano antes. Em 1998 quando manifestantes decidiram deixar a plataforma de Parabe, soldados e representantes da companhia abriram fogo contra os manifestantes, de helicópteros alugados pela Chevron. Eles mataram duas pessoas, feriram e torturaram várias outras.

Sete meses depois helicópteros da Chevron sobrevoaram os vilarejos de Opia e Ikenyan atirando. Soldados chegaram em barcos, alugados pela Chevron, e atacaram os vilarejos por terra. Pelo menos sete pessoas foram mortas, vários feridos e desaparecidos e os vilarejos destruídos por fogo. [1]

Moradores de vilarejos na Birmânia processam também a UNOCAL, que se integrou a Chevron, pela cumplicidade da empresa em atos de escravidão, tortura, estupro, assassinato e crimes contra a humanidade. Atualmente a Chevron é parceira da junta militar de Mianmar (antiga Birmania). [2]

A sociedade civil cabindesa, na Angola, difundiu uma “carta aberta” dirigida ao presidente norte-americano, Barack Obama, denunciando a repressão em Cabinda. A carta acusa a petrolífera americana Chevron de ter importado da América a “prepotência e a arrogância do Ku Klux Klan”.

Mas a Chevron não somente explora e rouba os povos do restante do planeta. Faz o mesmo em seu próprio país. Nos Estados Unidos a prefeita de Richmond, Califórnia, eleita pelo Partido Verde, Gayle Maclaughlin, declarou, no livro “A tirania do Petróleo”, de Antonia Juhasz, como foi derrotada em sua luta para obrigar a Chevron instalar controles antipoluentes modernos que reduzissem a emissão de tóxicos e poluição na água e no ar, como outra refinarias fizeram no pais. Richmond é uma cidade pobre e violenta. E queria utilizar os impostos pela emissão do alto índices de mercúrio que envenena a baía, emitido pela Chevron, em investimentos sociais.

Por mais absurdo que pareça, ela se recusa a informar o quanto usa do serviço público (água, esgoto, gás, luz, recolhimento de lixo, etc.), que influi no pagamento de milhões em tributos, alegando “sigilo de negócio” e não pagando os impostos proporcionais.

Para se defender dos processos ambientais, a Chevron sozinha tem 300 advogados e um orçamento anual de 100 milhões de dólares para delegar os litígios para os escritórios terceirizados. Emprega 450 escritórios de advocacia em todo mundo.

Além das questões ambientais, estes escritórios defendem as empresas contra processos impetrados por trabalhadores que, por exemplo, ficaram longo tempo expostos ao amianto.

Uma empresa destas deve ser expropriada pelo bem da humanidade e seu patrimônio utilizado para o bem estar da comunidade mundial.

(*)Américo Gomes é advogado com especialização em Política e Relações Internacionais membro do ILAESE.

NOTAS

[1] Earth Right Internacional, Bowoto v Chevron Texaco, dezembro de 2008, In, A Tirania do Petroleo, Antonia Juhasz
[2] Oil Giant Chevron Urged to Cut Ties wih Burmese Military Junta. Democracia Now, in A Tirania do Petroleo, Antonia Juhasz.

LEIA TAMBÉM

  • Começaram os vazamentos de óleo na costa brasileira

    ARQUIVO

  • Mega-desastre no Golfo do México
    [ Opinião Socialista 406, junho de 2010 ]

  • Acidente no Golfo do México poderia ter sido evitado
    [ 26/7/2010 ]