A polêmica tem de ser feita no terreno correto: Qual é a melhor maneira de lutar contra as reformas e o plano econômico do governo? Se a luta for no interior dos organismos da CUT, ao nosso ver estará condenada ao fracasso, devido à burocratização da Central. Caso a resistência seja sem unificação do movimento e não estiver ligada aos trabalhadores, também estará derrotada de antemão. A única possibilidade é buscar a unidade dos que querem lutar por uma nova alternativa de direção, que está sendo construída pela Conlutas.

Os companheiros precisam refletir, pois podem terminar sendo ponto de apoio para a direção da CUT. É hora de recordar o que ocorreu na década de 80, quando um setor da esquerda, o PC e o PCdoB, defenderam os velhos pelegos contra o nascimento da CUT. Eles permaneceram por anos e anos atacando violentamente a CUT como “divisionista” e foram muito úteis para os pelegos, por usarem uma linguagem de esquerda.

Para mostrar como isso realmente pode ocorrer, vejamos o que aconteceu na preparação do dia 16 de junho, a maior mobilização contra o governo e sua reforma Sindical-trabalhista neste ano. O que fez o grupo Fortalecer a CUT? Dedicou-se, com todas as forças, a boicotar o ato da Conlutas em Brasília, ou seja, tentou impedir a mobilização dos trabalhadores. Tal postura, independentemente da vontade desses companheiros, significa fortalecer a direção da CUT e o governo.

A ruptura com a CUT é uma atitude necessária dos sindicatos que querem lutar contra o arrocho salarial, contra o desemprego e contra as reformas Sindical e Trabalhista. Essa discussão deve ser iniciada em todo o país, em todos os sindicatos. Trata-se de uma discussão que levará alguns anos, assim como foram os debates que levaram ao nascimento da CUT.

Os companheiros do Fortalecer a CUT devem, em seu Encontro Nacional, rever suas posições e se somar aos que estão defendendo a ruptura com a CUT, integrando-se à Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas).
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