O caso envolvendo o braço direito de José Dirceu, Waldomiro Diniz, com bicheiros e donos de casas de bingos, demonstra que o governo Lula, de fato, dá continuidade ao governo FHC em todos os sentidos.

Governando em aliança com a burguesia, comprometido com a sustentação da ordem vigente e com o FMI, o PT (e também o PCdoB) adotou seus métodos.
O “toma-lá-dá-cᔠe negociatas de toda espécie seguem vigorando com toda a força na administração petista. Foi assim na reforma da previdência, na votação do orçamento e na reforma ministerial. É revoltante também, assistir a mais uma operação abafa das investigações e CPIs, com as mesmas figurinhas carimbadas de sempre ocupando o cenário, como Sarney, ACM e cia.

Enfim, a tão exaltada “ética da administração petista” se revela mais uma farsa, do mesmo modo que as promessas de emprego e mudanças.
E o governo continua mentindo para a população, quando diz que haverá “espetáculo do crescimento” e que a vida vai melhorar.

A política econômica do governo Lula, em acordo com o FMI, conseguiu fazer com que o Produto Interno Bruto (PIB) recuasse 0,2% no ano passado: o pior resultado desde 1992. Também o PIB per capita (o Produto dividido pelo número de habitantes) caiu 1,5%. Isso demonstra diminuição da capacidade produtiva e aumento da pobreza. A renda dos trabalhadores caiu em média 15%.

A única coisa que subiu foi o desemprego. Em apenas doze meses houve um aumento de 20% do contigente dos desempregados. Enquanto o governo fala em “espetáculo do crescimento” o país afunda em miséria e desemprego.
O pior é que esse governo vai continuar implementando mais reformas e mais ajustes exigidos pelo FMI.

Em jantar com jornalistas, na véspera do escândalo Waldomiro, Lula declarou que dos direitos trabalhistas só iria restar as férias, prometendo à burguesia acabar com a multa de 40% do FGTS e “flexibilizar” (leia-se “acabar”) direitos como 13º e licença-maternidade.

Tudo isso confirma o que o PSTU há tempos vem alertando. Que em aliança com a burguesia e atrelado ao FMI o governo Lula acabaria atacando duramente a classe trabalhadora. Confirma também que a reforma sindical prepara a retirada de direitos históricos na reforma trabalhista.

O governo do PT, atrelado com o imperialismo e a burguesia, é igual a tudo que está aí.

Nós do PSTU, defendemos completa investigação dos fatos no caso Waldomiro e afirmamos que os trabalhadores devem confiar apenas na sua mobilização. É necessário ir à luta contra as reformas neoliberais desse governo, contra as maracutaias e o desemprego e exigir não apenas punição para os corruptos, mas também a ruptura com o FMI e a Alca.

Para derrotar essa política continuísta do FMI, da burguesia e também do governo do PT, os trabalhadores precisam forjar uma nova direção para suas entidades, hoje controladas em maioria por direções chapa branca. Precisam também de uma oposição de esquerda pra valer, comprometida com a luta pela construção de um governo dos trabalhadores sem burgueses e com uma verdadeira transformação social no nosso país.
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