O governo Chávez não é revolucionário. Na área econômica, seu governo aplica todos os planos e diretrizes do FMI: paga a dívida externa pontualmente; nunca atacou a patronal, nem as redes de televisão que o atacam constantemente; nem mesmo tentou reverter a abertura petroleira que propiciou a entrada das multinacionais. Por isso, a vida do povo continua ruim, os salários baixos e a inflação alta.

Na área internacional, ainda que tenha manifestado alguma independência – opondo-se
à Lei Antiterrorismo de Bush, visitando Saddam Hussein e Gadafi –, continuou fornecendo petróleo aos EUA na guerra do Iraque.

Chávez não vai derrotar o imperialismo, porque a única forma de fazê-lo é aprofundar o processo revolucionário, o que não pretende fazer. Sua política é uma tentativa de reconciliação entre patrões e imperialismo, preparando, assim, sua derrota.

Como aprofundar a revolução?

Defendemos na Venezuela a luta contra esse referendo golpista patronal e imperialista. É necessário aprofundar a revolução, mas num caminho inverso ao proposto por Chávez.

Para derrotar os golpistas, é necessário o armamento massivo do povo e a organização de comitês de autodefesa nos bairros e empresas. É preciso expropriar as empresas nacionais e estrangeiras que financiam e apóiam os golpistas e implementar o controle operário da PDVSA (empresa petrolífera do país) para esmagar os conspiradores.

Essas medidas devem ser apoiadas por uma ampla rede de solidariedade dos povos da América Latina, com base em um programa anti-imperialista, como a ruptura com o FMI, o não-pagamento da dívida e o fim do fornecimento de petróleo aos EUA, enquanto o Iraque estiver ocupado.

Somente uma organização revolucionária independente dos trabalhadores, de oposição de esquerda a Chávez, poderá levar adiante esse programa.

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