Os servidores da Justiça Estadual do Rio de Janeiro foram às urnas nos dias 26, 27 e 28 de setembro para escolher a direção do seu sindicato. Três chapas disputaram o pleito: Chapa 1, da Conlutas (composta por independentes e militantes do PSTU, PCB, PDT e Reage Socialista), Chapa 2 (União Comunista e independentes) e Chapa 3, composta pela direita da categoria e que, na reta final, contou com o apoio da Articulação Sindical (PT).

Com 3.810 votos apurados, a vencedora foi a Chapa 1, encabeçada por Amarildo Silva, atual presidente do sindicato e militante do PSTU, com 1.534 votos (40,26%). Depois vieram a Chapa 3 e a Chapa 2, com 1.175 e 1.060 votos, respectivamente.

A Chapa 1 foi a mais votada na capital e no interior do estado. O resultado demonstrou que a categoria decidiu por um sindicato combativo, com o melhor programa e dirigentes de luta, para enfrentar a tentativa de privatização do Judiciário e encaminhar a mobilização em defesa dos seus direitos.

A direita foi a grande derrotada
As eleições aconteceram num momento em que a administração do Tribunal de Justiça joga pesado contra a categoria, através de diversos ataques a direitos e com um brutal assédio moral, criando um clima de terror nos locais de trabalho. Apesar disso, os servidores vêm resistindo e impedindo que o projeto de sucateamento do Judiciário avance.

A saída para essa situação esteve presente sob a forma de duas alternativas: luta e conciliação, a última defendida pela direita. A polarização foi vencida pelas duas chapas compostas por lutadores, rechaçando a política do “sim senhor” da Chapa 3. Os votos dos lutadores somaram mais de 2/3 do colégio eleitoral.

Divisão dos lutadores, um grave equívoco
A Chapa 2, composta por ativistas que renunciaram a seus cargos na gestão do sindicato que termina agora, escolheu o caminho da divisão da vanguarda. Sua campanha foi marcada por uma postura de puro denuncismo, muitas vezes igualando seu discurso ao da direita. Um grave equívoco, que poderia ter tido um resultado desastroso para os servidores.

“Estamos iniciando um novo momento no Sind-Justiça e nele é importante que os lutadores estejam unidos em defesa da categoria. Acredito que, apesar das diferenças, o ativismo saberá superá-las e construir uma forte resistência aos projetos neoliberais”, declarou Amarildo Silva.

Post author Sandro Barros, do Rio de Janeiro (RJ)
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