As eleições para a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de São Paulo (Sintect-SP) terminaram na última quinta-feira, 17. A Chapa 2, formada pela Oposição Conlutas, obteve 1.409 votos, ficando em segundo lugar.

A chapa vencedora foi a 3, Responsabilidade e Conquista, ligada ao PCdoB. A Chapa 6, da União Geral dos Trabalhadores (UGT), ficou em terceiro, com 860 votos. A Força Sindical também participou do pleito, representada pela chapa 1, e recebeu 719 votos. Já a Central Única dos Trabalhadores (CUT), representada pela chapa 5, ficou em último lugar, com 662 votos. O Partido da Causa Operária (PCO), que participava das eleições com a chapa 4, retirou-se do processo.

O processo que aconteceu em janeiro foi fruto de uma batalha da categoria pela anulação da eleição anterior. Na ocasião, a chapa da Conlutas não pode participar do processo, que foi fraudado. A Justiça determinou o cancelamento da eleição e instituiu uma junta governativa, formada por membros da atual diretoria e da oposição. Os diretores fraudadores tiveram de voltar ao trabalho e seus celulares e veículos foram recolhidos.

Oposição se consolida
Apesar de o sindicato continuar sob controle dos governistas, este segundo processo eleitoral foi um marco para a consolidação de um bloco nacional de oposição ao governo e à CUT entre os trabalhadores dos Correios. Trabalhadores dos Correios de Norte a Sul do país vieram a São Paulo para apoiar a oposição. Estiveram presentes companheiros de Amazonas, Paraíba, Pernambuco, Brasília, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, bem como de cidades do interior do estado, como São José dos Campos e São José do Rio Preto.

O fato de ter sido anulada a eleição fraudulenta e um novo processo democrático ter se constituído, com todos podendo participar, já foi em si uma grande vitória da categoria. Apesar de não ter vencido a eleição geral, a chapa 2 obteve maioria em importantes locais de trabalho, como no centro de triagem do Jaguaré (CTP), em que fez 40% dos votos.

A chapa 2 foi formada numa convenção democrática e reuniu os melhores ativistas da categoria. No programa da chapa, estavam questões fundamentais, como o adicional de periculosidade e o Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) e a redução da jornada de trabalho sem redução de salário. A marca da chapa foi a oposição ao governo Lula.

O principal saldo desta eleição é, sem dúvida, a construção de um pólo alternativo de oposição, que possa devolver o sindicato às mãos da categoria e colocar o sindicato novamente no caminho das lutas.