Entre os dias 29 e 31 de julho, acontece a eleição do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté. Este é o segundo maior sindicato do Vale do Paraíba, em São Paulo. Porém, nos últimos anos, não têm havido lutas e conquistas à altura de sua importância.
Os trabalhadores vêm sofrendo todo tipo de ataque das empresas e do governo, sem qualquer reação da atual direção, que optou pela parceria com os patrões e por transformar o sindicato num meio para manter regalias. Salários e direitos foram reduzidos e as empresas utilizam os famigerados bancos de horas e de dias contra os trabalhadores.

A atual diretoria — da Articulação Sindical — se dividiu nas chapas 1 e 2. Só que as duas defendem a mesma política aplicada pela Articulação no ABC. Só na Volks do ABC, desde 1997 já foram fechados 9 mil postos de trabalho. Isso, mesmo depois da redução de 15% do salário, bancos de horas, aumento do desconto da refeição, do transporte e convênio médico. A outra chapa que concorre é a 3, formada por companheiros do MTS (Movimento por uma Tendência Socialista).

“Os metalúrgicos de Taubaté não agüentam mais a bandalheira no sindicato. Lá não há democracia e prevalece a parceria com os patrões”, avalia o diretor da CUT-SP Francisco de Assis Cabral, que apóia a Chapa 3.

PREPARAR A LUTA CONTRA AS DEMISSÕES

Nesse momento os trabalhadores da Volks enfrentam a empresa, que quer demitir 4 mil em São Bernardo e Taubaté. A Chapa 3 foi para dentro da fábrica contra essa proposta. “Fazemos um chamado às chapas 1 e 2 para que junto conosco lutem contra essa política. E é importante a unidade dos metalúrgicos da Volks de Taubaté e São Bernardo e da GM de São José contra as demissões”, falou Antonio Dutra, funcionário da Volks e que encabeça a Chapa 3.

A Chapa 3 é contra o banco de horas, a redução de salários, de empregos e de direitos e acredita que só a mobilização dos trabalhadores pode garantir isto. É por isso que a campanha da Chapa 3 cresce nas fábricas, contando com apoio dos cipeiros, dos lutadores da outras categorias da região, de estudantes do Movimento Ruptura Socialista, da esquerda do PT e do PSTU.

Os metalúrgicos de Taubaté já perceberam que a Chapa 3 é a verdadeira oposição à atual diretoria do sindicato e que é necessário construir uma nova direção para o sindicato, forte, de luta e independente dos patrões e do governo Lula.

Post author Jocilene Chagas,
de São José dos Campos (SP)
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