Após seis meses de um intenso debate na categoria, os trabalhadores comerciários de Nova Iguaçu e região finalmente puderam colocar fim às calúnias e difamações que a CST, corrente do PSOL, vinha fazendo contra diretores do sindicato.

A categoria tem por volta de 20 mil trabalhadores espalhados nas cidades de Seropédica, Belford Roxo, Nilópolis, Queimados e Nova Iguaçu. Com direito a voto são 2.100 trabalhadores.

Os números não deixam duvidas: dos 1.396 comerciários que compareceram às 15 urnas, 61%, ou 837, votaram na chapa 1 do sindicato; 39%, ou 546, votaram na chapa 2, sendo que brancos foram 5 e nulos 8.

A divisão do sindicato
Tudo começou quando um grupo de diretores ligados ao PSTU propôs acabar com os privilégios que existiam na diretoria do sindicato, tais como celulares pagos pela categoria para uso próprio, altas diárias de viagem e, por incrível que pareça, a abertura do sindicato aos sábados, já que a categoria trabalha nesse dia. Estas medidas enfrentaram forte oposição por parte da CST.

A partir desse debate, a CST rompeu com a diretoria e passou a acusar um diretor do PSTU de roubar o sindicato. Esqueceram que foram os diretores do PSTU que denunciaram que um funcionário da tesouraria roubou o sindicato e que chamaram uma assembleia em que propuseram várias medidas. Entre elas, a demissão do funcionário por justa causa, abertura de um processo criminal e uma auditoria. Enquanto isso, a CST estava contra que a categoria fosse informada deste ataque. Acusaram e caluniaram o PSTU apesar de o ex-funcionário ter assumido tudo através de uma carta entregue à polícia.

Sendo o Sindicato de Comerciários de Nova Iguaçu e regiões um sindicato da Conlutas, foi feita uma comissão para apurar as denúncias e tentar fazer com que a eleição ocorresse em um clima civilizado. Essa comissão, junto com trabalhadores comerciários da base indicados pelas duas chapas, apurou que nenhum diretor roubou o sindicato. Entretanto, não conseguiu convencer a CST a parar com as calúnias.

Método estranho ao trotskismo
Os militantes da CST passaram a usar o fato do roubo como arma política, um método no mínimo muito estranho, para uma corrente que se reivindica trotskista. Porém a coisa não parou por aí. Além de atacarem dirigentes históricos da categoria, entraram na justiça burguesa pedindo o cancelamento do processo eleitoral e atacaram o sindicato no meio da campanha salarial fazendo, dessa forma, o jogo dos patrões.

Os patrões perceberam que o sindicato estava dividido e endureceram nas negociações do acordo coletivo. Até o momento, a categoria está sem aumento.

No dia 11 de junho, feriado de Corpus Christi, enquanto o sindicato foi para o calçadão de Nova Iguaçu fechar as lojas que abriram, os militantes da CST, no mesmo momento, patrocinavam para toda a categoria uma churrascada e bebida, com tudo pago e direito a distribuição de camisetas da sua chapa.

Mas os trabalhadores perceberam essa atitude irresponsável da CST e, majoritariamente, votaram na chapa 1 do sindicato, formada por militantes do PSTU e independentes, acabando com a divisão, com a baixaria e com as mentiras de um grupo que só pensou em manter os seus privilégios em detrimento dos interesses dos trabalhadores comerciários.

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