Quando fechávamos essa edição, estava prestes a ocorrer uma nova reunião da comissão nacional de negociação do setor da construção, no dia 12 de maio. Essa mesa foi convocada pelo governo a fim de discutir a situação dos operários nas obras do PAC.
Nós, da CSP-Conlutas, não temos nenhuma dúvida de que ela tem a obrigação de tomar uma decisão que tenha sentido prático para a vida dos operários da construção de nosso país: apoiar a decisão liminar da Justiça do Trabalho de Rondônia que proíbe as demissões em Jirau!

Durante as duas reuniões da comissão nenhuma decisão foi tomada sobre o assunto. No entanto, a Secretaria Geral da Presidência, após a última reunião, veio a público respaldar a conduta dos empresários de demitir milhares de trabalhadores.
Nós do movimento sindical temos de exigir, em defesa dos trabalhadores de Rondônia e de nosso país, que esta mesa se posicione contra qualquer demissão! Essa é uma luta de caráter nacional. Nos próximos quatro anos estão previstos investimentos superiores a R$ 1 trilhão para a execução de obras em 12 mil canteiros de obras.
Se estas demissões se consumam, ainda que não seja por uma decisão direta desta mesa, é simplesmente uma desmoralização. Que sentido faz uma negociação nacional que feche os olhos para uma demissão em massa de 4.000 trabalhadores?

Colocamo-nos à disposição para lutar juntos em defesa dos empregos. Contra as terceirizações, por aumento geral dos salários, pela redução da jornada de trabalho sem redução dos salários, pela garantia das folgas de 10 dias a cada período de 60 trabalhados, pelas horas extras com adicional de 100%. Também por eleições das comissões de base com garantia de emprego, salário igual para profissão igual, melhores condições de saúde e áreas de vivência e, ainda, pela contratação de mais auditores fiscais do Ministério do Trabalho, com o objetivo de ampliar as ações preventivas e em defesa da vida desses operários.

Defender os trabalhadores de Jirau é defender a classe trabalhadora brasileira como um todo. Eis a tarefa à qual estamos sendo chamados.
Post author Atnágoras Lopes, da coordenação da CSP-Conlutas
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