O VIII seminário de Educação Regional, organizado pelo sindicato dos professores de Itabuna (BA) foi realizado no clube da SEAC, no bairro Jardim Vitória, em Itabuna, de 13 a 15 de julho. O primeiro dia do seminário foi marcado por constrangimentos dignos dos “Anos de Chumbo”, período da ditadura militar. Estudantes e professores que participavam do evento foram censurados no debate que ocorreu após a palestra do deputado estadual Zilton Rocha (PT), que em sua exposição defendeu o governo do Mensalão.

O estudante de Pedagogia da UESC Júlio Simões, militante do PSTU, expôs as contradições do governo Lula, seu mar de lama de corrupções e a traição dos interesses dos trabalhadores aplicando reformas neoliberais e privatistas como a Sindical, Trabalhista e Universitária. No momento em que falava, Júlio teve o som do microfone interrompido por dirigentes pelegos da API/APLB, ligados ao PT e PCdoB, causando revolta entre os professores, que vaiaram a sordidez e a inescrupulosa censura.

A atitude dos sindicalistas, além do ato ditatorial, revela o medo de serem desmascarados perante sua base, adotando métodos traiçoeiros, golpes baixos e todo tipo de truculência que possa evitar o livre debate de idéias num evento que tem como principal objetivo a defesa da educação pública, gratuita e de qualidade para todos.

No segundo dia do Seminário, o sindicato dos professores de Itabuna colocou seguranças nos portões de acesso com ordens expressas para impedir a entrada dos estudantes e professores filiados ao PSTU. Embora os burocratas do sindicato da API/APLB alegassem que os seguranças estavam ali para proibir a entrada de pessoas não credenciadas no evento, somente os estudantes e professores filiados ao PSTU tiveram sua entrada barrada, pois todas as pessoas, com exceção destes, estando ou não com o crachá de credenciamento tiveram acesso livre ao evento.

Outra grande contradição do seminário foi o fato de apesar de ter sido patrocinado pelo Governo Federal, pela prefeitura de Itabuna e por várias empresas privadas, ainda assim foi cobrada uma taxa de inscrição de R$ 10 de todos os professores que participam do evento, sem direito a alimentação.

A perseguição e a discriminação política pelo sindicato em relação aos estudantes universitários e professores citados, chegou ao ponto de serem estes proibidos pelos dirigentes do sindicato de efetuar suas inscrições e credenciamento no evento, uma atitude autoritária e discriminatória. Estes dirigentes sindicais nem de longe lembram aqueles que em outros tempos iam para Brasília enfrentar a polícia em greves e manifestações contra o arrocho salarial. Hoje, contradizendo tudo que defendiam repetem os mesmos métodos e perseguições políticas que sofreram no passado.