A Coordenação Nacional de Lutas define em reunião nacional o 5 de setembro como dia nacional de luta unificada das categorias em campanha salarial. A data segue o dia de mobilização do funcionalismo federal, aprovado na última plenária da Cnesf (Coordenação Nacional dos Servidores Públicos Federais). Confira as principais mobilizações:

Funcionalismo público
A principal mobilização neste dia ocorre em Brasília, onde os servidores realizam um ato unificado pela aprovação das emendas às medidas provisórias editadas pelo governo. Além disso, os servidores lutam ainda pela aprovação do reajuste à categoria na Lei de Diretrizes Orçamentárias, que deve ser votada pelo Congresso Nacional em outubro.

Bancários: mobilização pela base
O Movimento Nacional de Oposição Bancária realizou seu Encontro Nacional de Base no dia 26 de agosto no Rio de Janeiro. O encontro, que reuniu mais de 80 pessoas de vários estados, serviu para impulsionar uma campanha salarial em alternativa à campanha rebaixada da CUT.

Os bancários repudiaram a chamada “Mesa Única de Negociação”, que abafa as reivindicações dos funcionários dos bancos públicos, e formularam uma pauta de reivindicações com as exigências dos trabalhadores da CEF e do BB. “Queremos discutir índices para os bancos públicos”, afirmou Wilson Ribeiro, bancário da Caixa Econômica Federal.

O encontro votou uma comissão que entregará a pauta de reivindicações em Brasília. Para o dia 5, os bancários organizarão paralisações e protestos, e farão um “dia do vermelho”.

Petroleiros
Os petroleiros também vão se mobilizar por suas reivindicações. A recém-fundada Frente Nacional dos Petroleiros impulsiona uma campanha salarial independente da FUP (Federação Única dos Petroleiros) e da CUT. A federação, não satisfeita em apoiar o ataque da direção da empresa e do governo contra a previdência dos petroleiros, através da chamada “repactuação”, ainda recusa-se a realizar campanha salarial reivindicatória para este ano.

Por isso, a Frente Nacional está lançando sua campanha salarial, exigindo a correção do arrocho causado pela inflação desde junho de 94, além de 5% de aumento real e índice de produtividade em relação ao crescimento da Petrobras.
No dia 31 de agosto ocorrem mobilizações contra a repactuação e no dia 10 de setembro os petroleiros entregam sua pauta de reivindicações e realizam manifestações. Já no dia 5, a categoria engrossa os protestos do dia de luta unificado convocado pela Conlutas, lançando oficialmente sua campanha salarial.

Correios
Os trabalhadores dos Correios também estão mobilizados. A categoria sofre com um dos salários mais baixos entre as estatais e amarga perdas salariais de quase 45%, apesar dos sucessivos lucros da empresa. A direção dos Correios, no entanto, propôs na mesa de negociação apenas 4% de reajuste no salário e benefícios, querendo ainda aumentar em 10% a contribuição dos trabalhadores no convênio médico.
Revoltados, os trabalhadores preparam agora uma greve por reajuste. Uma assembléia massiva realizada em São Paulo aprovou um indicativo de greve para 13 de setembro. No dia 5, a categoria realiza uma nova assembléia para organizar a luta contra os ataques da direção da empresa e do governo.

Minas Gerais
Em Minas o dia 5 começa com uma reunião da Coordenação Estadual da Conlutas. À tarde ocorre uma manifestação pública unificada na praça Sete, no centro de Belo Horizonte. O protesto reúne funcionalismo público, petroleiros, bancários e metalúrgicos, também em campanha salarial.