O desembargador Aguilar Cortez, da 10ª Câmara do Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, concedeu nesta terça-feira, dia 7 de fevereiro, agravo de instrumento cassando a liminar concedida à prefeitura de São José, que determinava a derrubada das casas e barracos da ocupação Pinheirinho. Com isso, os moradores ganham fôlego na luta para continuar no local.

Segundo o advogado do movimento Antonio Donizete Ferreira, o Toninho, esta foi uma vitória importante das famílias que vivem naquela área, mas ressaltou que é preciso avançar. “A Prefeitura tem condições de construir casas populares, com infra-estrutura digna àquelas famílias. Não podemos mais aceitar que um problema social como a falta de habitação seja encarado pelo prefeito como caso de polícia“, disse Toninho. “Queremos discutir um projeto de urbanização, inclusive que pode ser estendido a outras famílias carentes, que também não tem lugar pra morar“, concluiu.

No dia seguinte, a Comissão de Direitos Humanos, ligada ao governo Federal, visitou a ocupação. O grupo chegou por volta do meio-dia. As autoridades caminharam pelas ruas do Pinheirinho e sentiram de perto o drama das famílias, que, em diversas oportunidades, foram contar pessoalmente suas experiências no local. “Vamos levar o problema do Pinheirinho a todas as instâncias competentes, com todo o nosso esforço, porque a questão da moradia é um direito”, disse a procuradora Ela Wiecko Castilho, uma das integrantes.

Depois da visita, as autoridades foram à Prefeitura falar com o vice-prefeito, já que, segundo informações, o prefeito Eduardo Cury estaria doente.

FESTA DO PINHEIRINHO
No dia 26 de fevereiro a ocupação do Pinheirinho completa 2 anos e, segundo os coordenadores do movimento, vai haver muita festa para comemorar a data.

“Estaremos em pleno Carnaval, mas aqui no Pinheirinho a festa vai ser ainda maior, porque estamos lutando com todas as forças pelo direito à moradia. Precisamos festejar”, afirmou o líder sem-teto Valdir Martins, o Marrom.