A Caravana da Educação tomou a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, rumo ao MEC (Ministério da Educação) nesta terça-feira (7). Mais de 3 mil  saíram em marcha exigindo “não” aos cortes do governo Dilma no setor.

O ponto de concentração foi a tenda montada na noite de ontem (6), no entorno à Catedral.  Após a marcha, os servidores fizeram um ato frente ao MEC onde pretendiam entregar ao ministro da pasta, Renato Janine Ribeiro, um manifesto com exigências e reivindicações da categoria, além de cobrar a reversão dos cortes orçamentários e mais investimentos na educação pública.  O órgão, no entanto, mostrando total descaso com os servidores, não recebeu as entidades e foi preciso protocolar o documento.

A atividade foi incorporada no calendário de mobilizações do Fórum dos Servidores Públicos Federais.

Diversas entidades participam dessa mobilização. Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil), Sinasefe (Sindicato Nacional dos Docentes e Técnicos da Rede Federal de Educação Básica, Profissional e Tecnológico) entre outros segmentos do funcionalismo.

Para o representante do Andes-SN, Paulo Rizzo, a unidade deu o tom ao ato. “A manifestação foi muito importante porque estão ocorrendo lutas e greves em várias universidades e instituições federais e pela primeira vez, desde que entramos em greve, temos uma manifestação com os três segmentos, docentes, técnicos administrativos e estudantes”, avaliou.  

A CSP-Conlutas está nessa luta e impulsiona as ações dos servidores públicos. O dirigente da Central e também servidor público, Saulo Arcangeli, destacou que essa mobilização coloca a necessidade de o governo atender às reivindicações dos servidores. “O governo apresentou uma proposta rebaixada que foi rejeitada pelo conjunto das entidades, e não negociou as demais pautas”, salientou Saulo. 

Estão ocorrendo greves muitos fortes no Andes-SN e na Fasubra. No próximo dia 13 de julho,  os servidores no Sinasefe também deverão entrar em greve por tempo indeterminado.  No ato, foi denunciado pela Central o pacote de reajuste fiscal implementado pelo governo e os cortes no orçamento, principalmente na área da Educação, em que ocorreu um corte de quase 50%, que representa cerca de R$ 9 bilhões.  O corte aprofunda as péssimas condições de trabalho nas Universidades e nos Institutos Federais. 

Essa marcha demonstrou que os trabalhadores vão continuar persistindo e não vão deixar que o governo mais uma vez corte os salários, ataque com corte no orçamento, e não apresente proposta de reajuste digna”, disse.  

Os trabalhadores não vão aceitar os ataques que estão sendo patrocinados pelo governo e pelo Congresso Nacional, como o exemplo das já aprovadas MP1s 664 e 665, a redução da maioridade penal e o PL da terceirização, que está no Senado. Vimos hoje com esse ato a unidade e fortalecimento da greve da Educação Federal, mas também o fortalecimento da greve do conjunto dos servidores públicos federais”, finalizou Saulo.  

Agora à tarde haverá um ato em frente ao MPOG (Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão), no mesmo momento em que ocorre a reunião do órgão com representações do Fórum das Entidades do Funcionalismo Público Federal.

Também à tarde, os estudantes da Anel (Assembleia Nacional de Estudantes – Livre) e outras entidades do movimento estudantil realizarão uma manifestação em frente ao Congresso Nacional contra a redução maioridade penal.