O ano de 2009 foi marcado pela maior crise da economia capitalista desde 1929. Em poucos meses, vimos de forma cristalina a falência do sistema capitalista, com a quebradeira de mega empresas e bancos, especialmente nas maiores economias do planeta.

Para salvar os grandes capitalistas os governos desembolsaram 25 trilhões de dólares de dinheiro público. Uma quantia extraordinária para salvar as grandes empresas, enquanto a maioria da população mundial sofre com a fome, a miséria, falta de educação, saúde e de serviços públicos de qualidade, como estamos assistindo no Haiti neste momento.

Essa colossal crise da economia capitalista significou para os trabalhadores em todo mundo o aumento do desemprego, a redução de direitos e salários e mais ataques às conquistas históricas da nossa classe. Tudo isso para financiar a saída da crise para os grandes capitalistas, que não admitem reduzir seus lucros.
Mas a crise do sistema capitalista também abriu uma situação mais favorável para os socialistas revolucionários disputarem a consciência da classe trabalhadora. É preciso explicar a necessidade de lutarmos pela destruição deste sistema para construirmos uma sociedade sem a exploração do homem pelo homem. Mais do que nunca, um mundo socialista é possível!

FSM e a saída da crise
A grande imprensa segue com sua campanha de que a crise econômica já passou, apoiando-se em uma pequena recuperação conjuntural, fruto dos ataques aos trabalhadores e da criminosa ajuda dos governos aos grandes empresários.
Mas, longe do que é pregado pela mídia burguesa, pelo imperialismo e por governos como o de Lula, essa melhora superficial da economia mundial prepara para um futuro próximo uma nova onda de crise e quebras de grandes empresas, além de mais ataques aos trabalhadores.

Em 2010, no Brasil, acontecem duas edições do Fórum Social Mundial (FSM). Em Porto Alegre, entre os dias 25 a 29 de janeiro, e em Salvador, entre os dias 29 a 31 de janeiro. O Fórum é uma oportunidade de avançarmos na discussão sobre qual alternativa que os trabalhadores e dos socialistas devem assumir diante de uma das maiores crises da economia capitalista da história.

Em ambos os eventos vemos a direção do Fórum apostando em uma saída para a crise do capitalismo a partir da parceria com as grandes empresas, os governos burgueses ditos “progressistas” e as ONGs com suas políticas assistencialistas.

Mas um outro mundo só será possível se rompermos com o capitalismo e lutarmos pelo socialismo. Esta luta, porém, não poderá ser travada em aliança com a burguesia, seus governos, empresas e instituições.

PSTU DEFENDE UMA SAÍDA SOCIALISTA PARA A CRISE
O PSTU participará dos dois eventos para defender e fortalecer uma alternativa verdadeiramente socialista e revolucionária diante de uma das maiores crises do capitalismo.

Portanto, faremos uma dura polêmica com a direção do Fórum que nos últimos anos atrelou cada vez mais o evento aos governos supostamente “progressistas” do continente, empresas e ONGs.

Estaremos no Fórum para defender outro caminho. O caminho da auto-organização dos trabalhadores e do conjunto dos explorados e oprimidos, contra a burguesia e seus governos, como única forma de derrotar o capitalismo e construir o socialismo.
Estaremos no FSM para desenvolver a campanha de solidariedade ao povo do Haiti, e chamado à retirada das tropas de ocupação. O partido vai apoiar as atividades organizadas pela Conlutas e pela Anel, as plenárias que discutirão a construção do Congresso de Unificação de junho de 2010 e as atividades de luta contra as opressões.
Por fim, estaremos no Fórum para ajudar a campanha de solidariedade aos trabalhadores haitianos realizada pela Conlutas e seus sindicatos, mas continuaremos a exigir o fim da ocupação militar do país e a retirada imediata das tropas brasileiras.

Post author André Oliveira freire, da Direção Nacional do PSTU
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