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Edu H. Silva, de São Paulo (SP)

Edu H. Silva, do Capão Redondo (SP)

Estamos em um estado crítico de pandemia combinada com um novo aprofundamento da crise cíclica do capitalismo, onde as proporções são incalculáveis para nossa geração. Até o momento em que este texto era escrito, a OMS (Organização Mundial de Saúde) já anunciava quase 10 mil mortes pelo mundo devido o Covid-19 (Coronavírus). Um dado que, para além de desesperador, tem como componente fundamental a certeza de que é crescente. Isso combinado com o diagnóstico anterior à pandemia de que até o final desse ano chegaríamos a 190,5 milhões de trabalhadores sem emprego no mundo, segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho), possibilita arriscarmos desenhar sem muito esforço qual é o cenário que se apresenta à humanidade, principalmente aos trabalhadores: aprofundamento da barbárie.

Enquanto presenciamos horrorizados as imagens de caminhões do exército italiano transportarem os mortos pelo vírus, lemos nos principais jornais do mundo toda a movimentação dos governos em salvar a burguesia. Um exemplo disso é o recente escândalo envolvendo a errante monarquia espanhola, Felipe IV, que está sendo acusado de receber a doação milionária do governo saudita de 100 milhões de euros, localizados em paraísos fiscais como Liechtenstein e Panamá, enquanto isso, os espanhóis enfrentam o aumento acelerado de casos confirmados de pacientes com coronavírus. Essa realidade se manifesta a nível internacional, onde todos os ricos buscam se salvar, deixando de lado a vida dos trabalhadores em troca da manutenção dos lucros.

Em matéria publicada pela LIT, Doença, dívida e recessão, do Michael Roberts, há a afirmação de que o coronavírus “é mais violento e mortal do que os vírus influenza anuais que matam mais vulneráveis a cada ano. Mas, se não for contido, acabará igualando essa taxa de mortalidade e aparecerá em uma nova forma a cada ano”. Apesar de escrita antes do enquadramento do Covid-19 como pandemia, Roberts acerta em sua caracterização do potencial de contágio que o vírus tem. Em outra matéria de nosso partido internacional, Coronavírus: o capitalismo mata!, reafirma-se que a atual pandemia que vivemos pode se tornar em uma reedição do que foi a gripe espanhola de 1918 combinada com a Crise de 29.

A situação é grave, mas não por culpa da natureza como a burguesia tenta nos empurrar, e sim pelo próprio modelo econômico que vivemos, onde o lucro é superior à vida humana.

A expansão do contágio do vírus é fruto do próprio sistema capitalista, que não só se dedica a tornar meia dúzia de empresários mais ricos enquanto a humanidade é jogada à miséria e desemprego, como também se utiliza de momentos como esses para impor mais austeridade aos trabalhadores. A combinação de um vírus altamente contagiante com o corte de direitos, começa a tomar mais força ainda. Basta vermos as declarações do ministro da fazenda no Brasil, Paulo Guedes, que encontra no atual momento uma “chance” para impor suas reformas.

Importante compreendermos que as situações pandêmicas são intrínsecas ao capitalismo. A superexploração dos recursos naturais, para o interesse do mercado e não da humanidade, demonstra o verdadeiro caráter destrutivo desse sistema, que nada além da fome e morte pode nos oferecer. Sem exagero algum é possível afirmar que essa pode ser a primeira pandemia que nossa geração enfrenta, é só vermos os indicadores ambientais a cada ano da utilização dos recursos naturais para atender aos mandos e desmandos do mercado. Enquanto se mantiver o capitalismo, o destino da humanidade se apresentará a cada passo como uma corda, aguardando os primeiros a pisarem no cadafalso.

O descaso de Bolsonaro acompanhado do cinismo do ministro Mandetta

Em meio à crise capitalista do coronavírus, todos nos indignamos com os absurdos de Bolsonaro em diminuir os efeitos da pandemia, chegando à irresponsabilidade de definir a campanha de prevenção como uma “histeria”. Suas falas expressam o ódio e desprezo que ele tem pelos trabalhadores, principais vítimas dos cortes na saúde que ele promove. Antes de qualquer coisa, seu comportamento não é de uma pessoa insana, como alguns setores tentam narrar. Bolsonaro sabe muito bem o peso de suas declarações, ele tem consciência de qual classe ele serve, a dos empresários e latifundiários. Desde o apoio e promoção ao fracassado ato golpista do dia 15 de março até sua exaltação a milicianos, é muito bem pensada, pois reflete o projeto que a burguesia tem para o país: entregar as riquezas do país e levar os trabalhadores a uma situação de semiescravidão, mesmo que isso custe nossas liberdades democráticas.

A forma como o governo vem tratando os casos de vítimas do coronavírus, com deboche e violação de todas as recomendações de saúde, é um recado aos pobres para compreendemos que nossas vidas jamais valerão mais que os lucros dos ricos. O governo não esconde isso. Assim como Trump que diminuiu os efeitos do Covid-19, Bolsonaro mostra seu descaso com a saúde dos mais pobres, tratando a pandemia como uma brincadeira em roda de conversa entre amigos. E depois quando questionado, se faz de desentendido, achando que o povo pode ser enganado.

E quando finge se preocupar com nossas vidas, com declarações do ministro da saúde Mandetta (DEM-MS) falando sobre prevenção, tentam esconder por trás de suas máscaras que fazem parte do caos que nos encontramos. Em 2016, ainda enquanto deputado, Mandetta votou junto com toda a sua bancada na PEC 241, que impôs limite de despesas aos serviços públicos por 20 anos, deixando a Saúde e a Educação em total colapso. Tudo isso para favorecer os banqueiros. A ausência de leitos médicos, número insuficiente de hospitais e trabalhadores da saúde, tem como coveiros o ministro da Saúde e o próprio Bolsonaro, que na época estava no PSC e votou na apelidada PEC do Fim do Mundo com a mesma empolgação de quando exalta ditadores.

Coronavírus e a classe trabalhadora

Não é verdade quando os governos dizem que estamos no mesmo barco diante da pandemia. Se o barco está afundando e vemos uns com colete salva vidas e o restante com os pés amarrados a uma barra de ferro, há aqueles que sobreviverão enquanto o resto afundará. Isso é fato!

É necessário compreendermos que, apesar da pandemia estar atingindo a todos, resta à classe trabalhadora o peso maior de ter um familiar contaminado pelo vírus. Aliás, anterior a isso. Potencializado pela reforma trabalhista, também votada pelo na época deputado Luiz Henrique Mandetta, presenciamos o aumento dos trabalhos informais, de 38,8% em 2016 a 41,4% em 2019. Esses trabalhadores, representados por motoristas de aplicativo, entregadores de comida, ambulantes, entre outros, sofrerão ainda mais com a intensificação da propagação do coronavírus, uma vez que, sem direito a auxílio saúde e a estabilidade, caso contraiam o vírus terão que escolher entre se tratarem ou colocarem comida na mesa.

Como reverter essa situação? Certamente a resposta não seria a que o governo deu. Segundo o ministro da fazenda, Paulo Guedes, “O povo sai da rua, não tem ninguém mais tomando táxi? O chofer de táxi pode passar na Caixa Econômica Federal, ou no [posto do INSS] mais próximo, ou virtualmente” para o valor mensal de R$ 200 reais. É uma humilhação aos trabalhadores essa proposta. Bolsonaro e seus aliados debocham do nosso medo do desemprego.

Aos trabalhadores formais, o governo propôs a redução dos salários até a um salário mínimo, com a desculpa cínica de que isso manteria os empregos, apoiando-se na pandemia do coronavírus. O governo Bolsonaro só desdenha da gravidade do vírus quando se trata de políticas públicas aos pobres, mas trata “com seriedade” a expansão do vírus para justiçar a austeridade nas costas dos trabalhadores, inclusive da classe operária.

Já no andar de cima da sociedade, ou melhor, “do outro lado da ponte”, Bolsonaro que vem dizendo que tem que cortar direitos é o mesmo que quer dar R$ 30 bilhões aos empresários e já pensa em fazer uma ajuda milionária às empresas aéreas. Mesmo em uma situação caótica, o capitalismo procura um jeito para continuar arrancando nosso couro enquanto lucra com nosso sangue.

Capão Redondo: uma bomba prestes a explodir

Com o número de habitantes de 290.270[1], quantidade populacional comparável com municípios como Taboão da Serra, o Capão Redondo é conhecido como um dos distritos mais negros de São Paulo (53,90%), onde sua maioria é composta por mulheres (52,23%). Isso acaba resultando nos piores dados da capital paulista, principalmente quando se trata de acesso aos serviços públicos como saúde.

Os governos apostam no descaso aos serviços públicos na região e a burguesia age como abutre utilizando-se da pandemia para impor o máximo possível seus ataques. A expectativa de vida no Capão Redondo é de 60,40, bem distante dos 80,57 em Moema. O tempo médio (em dias) para uma vaga ser preenchida na creche é de 188,52 contra os 20,62 na República[2].

Entre outras desigualdades, que mereceriam uma série de matérias sobre elas em um outro momento, importante compreender que todas elas vêm como projeto da burguesia para a região, a de impor controle social sobre os habitantes. Seja pela bala da polícia, seja pela fome do desemprego.

Uma prova para essa afirmação é vermos os dados da região nos últimos anos, que certamente não fugirá muito da regra se comparado com outros distritos da do país.

Segundo os dados da OD – Pesquisa Origem Destino de 2017, a maior parte dos habitantes encontram-se localizados na faixa etária de 40 a 49 anos, 47.008, em seguida dos 30 até os 39 anos, 41.935. O grupo de risco, pessoas com idade superior a 60 anos, é a quarta maior população do Capão Redondo, com 33.721.

A relação com o transporte, entre todas as pessoas que o utilizam, parte dos seguintes dados: 41,9% utiliza o transporte coletivo, 19,5% transporte individual (dirigindo ou como carona) e 38,2% se locomovem a pé e o restante usa automóvel próprio – dirigindo ou em carona – ou de aplicativos. Apenas 3,3% da população utiliza o transporte por lazer, o restante é para trabalhar e estudar.

Cerca de 132.243 habitantes ocupam alguma atividade remunerada, sendo 80.549 com carteira assinada (setor privado) e 34.875 como autônomos. Há 33.013 desempregados na região. Esses dados são importantes, pois demonstram que uma parcela significativa da população não tem qualquer auxílio social, ou seja, caso contraiam o Covid-19, terão que optar entre colocar comida na mesa ou ficar em casa para se cuidarem. O número de aposentados é de 27.603.

Na saúde, que é o tema que mais vem nos preocupando nos últimos tempos, a situação é bem mais desesperadora do que se imagina. Mesmo com a dimensão do distrito, que é similar a de municípios próximos, há apenas 14 UBS pela região, que funcionam em dias úteis (segundas às sextas), das 7 às 19 horas. Polos de saúde emergenciais, há apenas dois. O único hospital que existe na região é privado, o Serra Mayor, e ainda com 12 leitos; a população quando fica doente é obrigada a se dividir entre os hospitais públicos há o Campo Limpo (com 216 leitos, atende toda a população do Jardim Luís e Campo Limpo) e M’Boi Mirim (com 183 leitos, atende toda a população da M’Boi Mirim e Jardim Ângela).

Para termos uma ideia do problema desses números, tanto os da saúde como também do número de trabalhadores em situações informais, é necessária uma reflexão anterior.

A pandemia tem como um dos grupos de risco os idosos, mas isso não significa que pessoas de outras faixas etárias não correm risco. Segundo o CDC (Chinese Center for Disease Control and Prevention – Centro Chinês para o Controle de Doenças e Prevenção),[3] apesar dos maiores casos terem sido localizados em pessoas acima dos 60 anos, e não afirmo o contrário disso, houve contágios nas pessoas a partir de 30 anos, totalizando uma média de 89,8% dos 30 aos 79 anos, em Wuhan e 88,6% em Hubei. Esses dados são preocupantes, pois se considerarmos os dados na íntegra, considerando todos os casos superiores a 13% como um fator de risco, temos uma margem maior de vítimas do coronavírus[4]. No Capão Redondo, dentro dessa margem, teríamos 152.993[5] pessoas com risco real de contraírem severamente o Covid-19.

Considerando que 34.875 pessoas se encontravam até 2017 em situação de autônomos, podendo ter aumentado esse número nos anos seguintes com a reforma trabalhista, caso contraia o vírus se verá na seguinte decisão a ser tomada: ficar em casa para se tratar ou continuar trabalhando, já que os R$ 200 reais propostos por Bolsonaro e Guedes não pagam nem a conta do mercado, o óbvio é que esses trabalhadores sejam forçados a seguir a segunda opção. Mesmo que considerássemos apenas a faixa etária acima dos 60 anos como fator de risco, ainda assim estaríamos numa situação muito delicada.

Somado a isso, temos um velho problema já visto em todos os bairros pobres. No Jardim Comercial, bairro do distrito do Capão Redondo, há relatos de constantes interrupções de água. No dia 16 de março, primeiro dia da ação irresponsável do governador João Doria (PSDB) em manter as escolas abertas, expondo toda a equipe escolar e os estudantes a um expansivo contágio, escolas da região central do distrito relataram estar sem água. Ou seja, a inauguração da semana que Doria avisou ser voltado à discussão sobre prevenção, faltou o principal elemento para prevenir: água. Mas mesmo que isso não tivesse ocorrido, como aconteceu em algumas outras escolas onde a circulação de água se manteve, os estudantes enfrentaram o rotineiro descaso do governo com a escola pública: manteve sua política de não garantir sabonete, papel higiênico, álcool em gel nas unidades escolares.

Se houve nessa semana algum aprendizado é que, para prevenir-se do coronavírus em casa, tem que fazer diferente do que o governador – como também o prefeito Covas e o presidente Bolsonaro – faz nos espaços onde a juventude frequenta. A lógica do governador cria uma situação onde os mais pobres não conseguem ter como direito a garantia de água potável em suas casas. A completa irresponsabilidade do governo, sob aplausos da burguesia, nos bairros mais pobres e negros, demonstra que para os ricos e seus governantes as vidas negras não têm qualquer importância. Se as escolas tivessem sido fechadas integralmente desde o início dos primeiros casos, teríamos reduzidos em 45% o número de passageiros só na primeira semana, podendo diminuir o risco de contágio que os demais, juntos com cobradores e motoristas, ficaram expostos. Mas nas coletivas de imprensa permaneceu a narrativa mentirosa de que o governador que odeia preto e pobre estava preocupado com os filhos da classe trabalhadora.

Muitos trabalhadores não foram liberados de seus empregos para ficarem em quarentena, tendo que se locomover diariamente em um transporte lotado. Mesmo com uma pandemia que está devastando vários países, obrigando a fechar fronteiras e parte do comércio, a burguesia que está muito bem protegida continuou a mandar os funcionários a trabalhar.

A burguesia nos trata como bucha de canhão para manter a produção. Muitos trabalhadores hoje podem ter contraído o vírus – ou ainda vão -, o que poderá aumentar e muito o número da proliferação do coronavírus, não só nos espaços públicos, como também em seus lares. Principalmente em casas onde há pessoas identificadas como grupos de risco (entre elas, maiores de 60 anos).

Diante desse quadro apresentado, não precisa fazer muito esforço para compreender que quando os casos estourarem nas periferias do país, como no caso o Capão Redondo, teremos um número elevado de mortos. Se fizermos um rápido cálculo, considerando a junção de todos os leitos, incluído o do hospital particular, e especulando que nenhum caso de contágio do coronavírus ocorresse em outros distritos próximos, teríamos cerca de 411 leitos para todo o distrito.

Levando em conta o aumento da possibilidade de infectados a partir da faixa etária, 152.993, se dividíssemos toda essa população para cada leito, teríamos 372,24 para cada cama hospitalar. Mas digamos que desconsiderássemos tudo o que foi apresentado até aqui, e começássemos a apenas considerar como principais infectados a população maior de 60 anos, 33.721, teríamos para cada leito cerca de 76,46 idosos. Mesmo assim, os números não são nada animadores, principalmente porque a possibilidade de todos esses leitos serem destinados exclusivamente para o distrito só se daria se nas regiões do Jardim São Luis, Campo Limpo, M’ Boi Mirim e Jardim Ângela não tivessem casos de contágio, o que seria difícil uma vez que essas regiões compartilham de dados similares ao do Capão Redondo.

Óbvio que essa leitura é um quadro especulativo, uma vez que a dinâmica da realidade pode determinar os números para menos ou para mais, mas conhecendo o capitalismo e seu desejo pela morte dos trabalhadores, infelizmente há chances reais dessa caracterização estar mais próxima da realidade. A ausência de um Hospital no Capão Redondo é um fator que potencializa para uma futura, mas breve, explosão social na região.

Mesmo assim, essa medida deveria vir acompanhada com um plano que garantisse estabilidade a todos os trabalhadores, formais e informais, sem redução do salário, com distribuição gratuita de remédios.

Um chamado no Capão Redondo ao socialismo

Os contínuos ataques que presenciamos, hoje com Bolsonaro, mas antes com o PT e com o PSDB, entre outros, se dá porque todos que estiveram no poder sempre atenderam as necessidades dos ricos. A atual situação que estamos é a prova de que é impossível governar para todos, como Lula dizia, pois essa lógica nos levou, 15 anos depois, ao presidente miliciano Bolsonaro. Não podemos repetir o que aqueles que governaram o país sugerem. A saída não é esperar até 2022, como Lula defende, para tirar Bolsonaro. Precisamos arrancar Bolsonaro e Mourão, que hoje tratam nossas dores como deboche. Muito menos podemos confiar no Congresso Nacional de Maia e Alcolumbre, que se comporta como um balcão onde fatia nossos direitos; e nem no Judiciário que consagra todas leis que beneficiam os ricos em detrimento de nossas vidas.

O Estado Burguês serve apenas para defender os interesses dos ricos, que são os mesmo que acreditam que deixar todos em quarentena – o que poderia reduzir o contágio – é levar a economia em risco, mostrando que quem produz a riqueza do país são os trabalhadores e não os patrões. Isso mostra que a única forma de impedirmos o vírus é parando toda a produção, não só para sobrevivermos à essa pandemia como também para termos o que é nosso de direito. E isso se dará só com a destruição do capitalismo, pois ele já mostrou que seu único projeto para a humanidade é a barbárie, onde somos obrigados a não só vendermos nossa força de trabalho para meia dúzia de parasitas, como também nem o direito a nos mantermos vivos teremos. Não somos bucha de canhão, nossas vidas valem muito mais do que os lucros dos ricos. Só temos uma saída, que é o socialismo.

Diante disso, exigimos as seguintes medidas para conter a pandemia:

  • Direito de ficar em casa, com salários integrais. Estabilidade a todos os trabalhadores, formais e informais.
  • Paralisação de todas as empresas, exceto as que são voltadas para garantir alimentação e produção de remédios.
  • Estatização dos serviços de saúde, e para isso é necessário expropriar os hospitais privados para entregá-los aos trabalhadores, garantindo atendimento amplo médico de forma gratuita.
  • Aplicação ampla de testes para o coronavírus, de forma gratuita em todos os pacientes.
  • Expropriação da indústria produtora de remédios. Só assim será garantida a fabricação e distribuição gratuita de medicamentos para a população.
  • Construção imediata de um Hospital no Capão Redondo, com leitos disponíveis para atendimento das vítimas do coronavírus.
  • Revogação da PEC 241! Por mais investimento na saúde!
  • Não pagamento da dívida externa! Que o dinheiro seja destinado à vida, e não aos lucros.
  • Fora Bolsonaro e Mourão!

Mas essas medidas para serem realizadas encontram o capitalismo como obstáculo, pois para cumprir essas tarefas terão que acabar com a propriedade privada. Por isso que não será das mãos dos ricos que conseguiremos a solução dos nossos problemas.

Só os trabalhadores no poder que se torna possível realizarmos essas tarefas, onde toda a riqueza seja distribuída entre os trabalhadores, apoiados em conselhos populares em cada bairro e distrito, com mandatos revogáveis a qualquer momento. Só teremos o direito ao futuro, se nosso presente não houver fome e desemprego, onde a miséria e a pandemia se tornem em passado. Chamamos essa sociedade de socialismo. A tarefa que está colocada para nós é, ou derrubamos o capitalismo ou nosso amanhã será marcado pelo aprofundamento da barbárie.

Mas tudo isso só será possível com os trabalhadores em movimento, sob um programa socialista. Somos aqueles que, além de lutarmos cotidianamente contra todas as injustiças, apontamos que a única saída é o socialismo. Enquanto não houver a destruição do capitalismo, continuaremos vivendo ora com crises econômicas que nos levam ao desemprego, ora com as pandemias que devastam toda uma geração de trabalhadores, isso quando não ocorre de forma combinada como vemos hoje. Moradores do Capão Redondo, venham ao PSTU se organizar contra toda a barbárie que se avizinha em nossa janela. O socialismo é possível, pois a vida no capitalismo é insuportável!

[1] OD – Pesquisa Origem Destino de 2017, atualizando o Censo de 2010. Fonte: http://www.metro.sp.gov.br/pesquisa-od/

[2] https://www.nossasaopaulo.org.br/wp-content/uploads/2019/11/Mapa_Desigualdade_2019_tabelas.pdf

[3] The Epidemiological Characteristics of an Outbreak of 2019 Novel Coronavirus Diseases (COVID-19) — China, 2020. Fonte: http://weekly.chinacdc.cn/en/article/id/e53946e2-c6c4-41e9-9a9b-fea8db1a8f51

[4] Idem.

[5] OD, 2017.