Estação do metrô Sé em dia sem greve

As redes de televisão noticiam, por horas seguidas, a greve dos rodoviários de São Paulo, falando das dificuldades e transtornos gerados à população. Todo o esforço da mídia é para colocar a culpa pelo caos nos transportes nas costas dos trabalhadores rodoviários, que resolveram se rebelar com a situação insustentável que vivem.

Nos últimos dois dias, os rodoviários de São Paulo fizeram, da forma que podiam, sua greve para reivindicar seus direitos e protestar contra o caos no transporte. Lamentavelmente, eles estavam sem o apoio e a organização de seu sindicato. Os trabalhadores do transporte e seus familiares são parte da população e sofrem com o sufoco dos transportes públicos todos os dias.

Chega a ser irônico ver o prefeito Fernando Haddad (PT), para atacar os trabalhadores rodoviários, dizer que a população tem direito de ir e vir. Nós, trabalhadores, a população, temos sim direito de ir e vir. Para isso, precisamos de um transporte público de qualidade, com tarifas reduzidas, precisamos de mais linhas de ônibus (cortadas recentemente pela prefeitura) e metrô. Precisamos de transporte público de verdade, estatizado, para combater a máfia dos ônibus.

O caos é cotidiano na maior cidade do Brasil e uma das mais populosas do mundo. São Paulo conta só com 70 quilômetros de linhas de metrô e não investe os recursos necessários para se ter transporte público de massas que seja decente para a população trabalhadora. Foi este mesmo caos, e uma das tarifas mais caras do Brasil, que fez com que a juventude e os trabalhadores, em junho de 2013, desencadeassem as manifestações que sacudiram o país. Agora, estamos assistindo a todo o dinheiro público que deveria ser investido nas áreas sociais indo para construir estádios na Copa da FIFA, sem falar nos esquemas de corrupção.

Nesse momento, os metroviários, junto com seu sindicato, estão entrando na reta final da sua campanha salarial, cujo o lema é “Exigimos Transporte Padrão FIFA. Chega de Sufoco, Assédio e Corrupção!”. As reivindicações, dentre elas melhorias e ampliação do metrô e redução das tarifas, não estão sendo atendidas pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB), e os metroviários estão preparando sua mobilização em diálogo com a população.

Apoiamos a greve dos rodoviários e de qualquer categoria incondicionalmente. A greve é um direito constitucional e uma forma de luta fundamental do povo trabalhador. Os metroviários, assim como os ferroviários e rodoviários não querem prejudicar a população. Inclusive, já propuseram ao governador para liberar as catracas. Estão dispostos a trabalhar, desde que a população adentre ao sistema sem pagar. O que o governador e o prefeito dizem sobre isso?

Desde a noite de quinta-feira, 22, os noticiários da Rede Globo anunciaram que Altino Prazeres, presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e dirigente da CSP-Conlutas, foi intimado pela Polícia Civil para prestar esclarecimento sobre a greve dos rodoviários. Seria cômico se não fosse trágico ter de esclarecer o apoio de um metroviário a uma greve, enquanto, a cada dia que passa, vemos as notícias da alta cúpula da empresa do metrô e do governo estadual envolvida nos escândalos do propinoduto.

Os governos e a mídia querem criminalizar os rodoviários para que sirva de exemplo a todos os trabalhadores que querem lutar por seus direitos. Não podemos deixar isso acontecer. É preciso fazer uma campanha de solidariedade aos rodoviários de São Paulo e unificar as lutas de todos os trabalhadores do transporte e todas as lutas e greves que estão ocorrendo no país para sermos mais fortes e conquistar vitórias.

Haddad e Alckmin, atendam às reivindicações dos trabalhadores dos transportes!

Nenhuma criminalização aos que lutam!
Todo apoio aos rodoviários de SP!
Unificar as lutas e as greves em SP e no Brasil!

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