Os metalúrgicos de São José dos Campos e região, unidos aos metalúrgicos de Campinas, Limeira e Santos no estado de São Paulo, irão às ruas no próximo sábado, dia 21, para participar do grande ato da campanha salarial.

A mobilização dará continuidade ao ato ocorrido em Campinas, no último dia 7, e nas assembléias do Dia Nacional de Luta, quando trabalhadores da GM e da Embraer deram o ponta-pé inicial na luta pelas reivindicações da Campanha Salarial deste ano.

Na GM, os metalúrgicos atrasaram a produção por 1h20 para a realização da assembleia no dia 10. As assembleias realizadas nos principais portões da fábrica foram de participação massiva dos operários e demonstraram a força e obstinação da categoria em lutar por aumento de salário e avanços nas cláusulas sociais.

No dia 12 foi a vez dos trabalhadores do 1º turno da Embraer. Numa grande passeata na principal avenida de acesso à fábrica, os trabalhadores manifestaram indignação com relação ao completo descaso com que a empresa trata e explora os trabalhadores. A passeata acabou atrasando a produção em cerca de 40 minutos. Nas próximas semanas haverá assembléias nas fábricas dos setores de autopeças, eletroeletrônicos e aeronáuticos.

Contra quem lucra e explora, nossa hora é agora!
As negociações já começaram nos principais grupos patronais. A choradeira dos patrões tem sido a tonica nas mesas de negociação. A própria imprensa e governo tem divulgado, que todos os setores da economia estão em alta.

A produção industrial e as vendas batem recordes. De janeiro a julho deste ano a fabricação de veículos cresceu 18,3%, produzindo 2,07 milhões de unidades. As vendas aumentaram 8,5%, somando 1,882 milhão de veículos. As exportações cresceram 65,9%, totalizando mais de R$ 12 bilhões. No setor de eletroeletrônicos o faturamento cresceu 12,34%. E a indústria de máquinas e equipamentos cresceu 13,2%, faturando R$ 33,9 bilhões. Mas enquanto os patrões lucram e ficam mais ricos, os trabalhadores estão sendo massacrados dentro e fora das fábricas. A aceleração do ritmo de trabalho, as horas-extras e principalmente o aumento significativo das doenças ocupacionais evidenciam este crescimento do lucro do patrão. Este lucro está relacionado a maior exploração dos trabalhadores, e agora chegou a hora dos trabalhadores exigirem o que é seu por direito.

Os metalúrgicos estão reivindicando reajuste salarial de 17,45%. O índice inclui inflação pelo INPC estimada em 5,8%, ajuste de 2,3% no INPC mais 8,52% de produtividade – o que equivale a 11,02% de aumento real, além da inflação.

Além das cláusulas econômicas, os metalúrgicos também continuarão na luta por aumento do piso salarial de acordo com o Dieese, redução da jornada de trabalho para 36 horas, equiparação salarial, licença-maternidade de 180 dias, creche e direito à organização no local de trabalho. A luta pelo fim do Fator Previdenciário também está nas discussões da campanha.

Os trabalhadores se encontraram às 9h, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, na rua Mauricio Diamante, no centro de São José dos Campos. Chamamos todos os trabalhadores do estado de São Paulo, metalúrgicos ou não a se somarem a essa luta. Juntos somos mais forte! Nossa hora é agora!