A campanha salarial dos metalúrgicos no Estado de São Paulo está demonstrando que só com mobilização e organização os trabalhadores podem garantir seus direitos e avançar nas conquistas. Os sindicatos da categoria ligados à Federação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (Fenam) – São José dos Campos, Campinas, Limeira e Santos – já fecharam boa parte dos acordos. E garantiram reajuste de 10,26% (INPC integral); abonos salariais e a manutenção das cláusulas sociais nas convenções coletivas.
No ano passado, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a maior entidade da categoria no estado, fechou um acordo que previa o repasse do INPC, mas atrelava qualquer aumento real de salários à produção. “O ABC colocou um limite às negociações desse ano para toda a categoria em São Paulo. Isso num momento em que os trabalhadores demonstram sua disposição de luta e de mudança, como aponta a própria eleição de Lula”, avalia Luís Carlos Prates, o Mancha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.
Mancha considera que, nessas condições, o acordo fechado pelos sindicatos ligados à Fenam é uma vitória. O vice-presidente da entidade, Adilson dos Santos, o Índio, concorda e faz um balanço positivo do último período: “Conseguimos manter os direitos dos trabalhadores, diferentemente de outros sindicatos da categoria”.
As entidades ligadas à Força Sindical e à Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT vêm fazendo, desde 1997, diversas concessões, como reduzir o percentual do adicional noturno. Em alguns sindicatos, foram retiradas dos acordos as cláusulas já contempladas na CLT, o que, na iminência de uma reforma da legislação trabalhista, é um grave risco para a categoria.
Para Índio, a campanha dos metalúrgicos traz à tona uma diferenciação clara: “Temos no Estado uma mesma central sindical com dois tipos de acordo coletivo, um com redução de direitos e outro sem. E demonstramos não só que a lógica de conceder direitos é errada, mas que os trabalhadores têm forças para manter suas conquistas e buscar melhores condições de vida”.
Post author Luiza Casteli,
da Redação
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