Sindicato do ABC não organizou nenhuma iniciativa para a readmissão de um dos seus diretoresNo dia 16 de fevereiro, quando a escola de samba Tom Maior entrava no sambódromo de São Paulo junto com o primeiro escalão da direção da CUT – central chapa branca do governo -, a Volks demitia o metalúrgico Rogério Romancini, o Rogerinho, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Quando fechávamos essa edição, já tinham se passado 20 dias desde a demissão e a direção do sindicato ainda não tinha se pronunciado sobre o assunto. Sequer uma linha foi publicada no jornal do sindicato (“Tribuna Metalúrgica”) e não houve uma única iniciativa por parte da direção da entidade. No entanto, o que não faltou foi conversa. Já foram realizadas quatro reuniões com o vice-presidente da entidade, sem contar os inúmeros telefonemas. Também foi protocolada uma carta na secretaria da presidência do sindicato, mas até agora não houve nenhuma resposta.

Sindicato se recusa a defender seu diretor
O que se passa na cabeça da direção do sindicato? Será que eles não entendem a gravidade do problema? O ataque a Rogerinho é um ataque à livre organização dos trabalhadores. É uma interferência direta da multinacional Volkswagen no nosso sindicato.

“Estranhamente”, a demissão de Rogerinho ocorreu pouco mais de um mês antes da eleição para a Comissão de Fábrica da Volks, na qual o companheiro era um forte candidato no maior setor da empresa, o de acabamento final dos carros, também conhecida como Ala 14.
A Volks diz que não reconhece os diretores do sindicato da fábrica, diz que só reconhece a coordenação do Comitê Sindical de Empresa (CSE). No entanto, o sindicato poderia colocar Rogério na CSE, pois, com esse gesto, a demissão seria barrada.

Diante da recusa por parte da direção do sindicato em fazer a campanha pela reintegração dos diretores demitidos, a oposição está tomando a iniciativa e já começou uma campanha nacional e internacional pela readmissão do metalúrgico. Dezenas de sindicatos de todo país já estão enviando e-mails de solidariedade. Vários deputados já assinaram um documento exigindo a reintegração de Rogerinho, como a deputada Luciana Genro (PSOL-RS) – que também realizou um pronunciamento contra a demissão no Congresso Nacional –, os deputados Ivan Valente (PSOL-SP), Chico Alencar (PSOL-RJ), Vicentinho (PT-SP), Miro Teixeira (PDT-RJ), Fernando Coruja (PPS-SC), Beto Albuquerque (PSB-RS) e Luiz Sérgio (PT-RJ).

Nessa semana, serão realizados contatos com senadores. Haverá, também, um ato na portaria da empresa e, desde já, esperamos a presença da direção do sindicato. E, no dia 6 de março, terá início um acampamento, na frente da portaria da Anchieta.
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