Paulinho, acusado de desviar verbas do BNDES
Antônio Cruz / ABr

A campanha das centrais sindicais governistas pela redução da jornada de trabalho para 40 horas acabou em defesa do deputado federal e presidente da Força Sindical Paulo Pereira, o Paulinho. A CUT, a CTB e a Força Sindical entregaram, nesta terça-feira, uma lista no Congresso Nacional que, segundo elas, reunia cerca de 1,5 milhão de assinaturas.

Estas centrais já haviam se manifestado publicamente em defesa de Paulinho. O PCdoB também manifestou apoio ao presidente da Força através de declaração de Aldo Rabelo, pré-candidato à Prefeitura de São Paulo.

Paulinho chegou vestindo a camiseta cor-de-laranja da Força Sindical e boné da campanha. Juntaram-se a ele outros sindicalistas da central e lhe pediram até autógrafo. A solidariedade é com relação às denúncias de corrupção contra Paulinho. Momentos antes da entrega das assinaturas, ele declarou que não renunciará.

Paulinho é acusado de participar de esquema de desvio de verbas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES). Em entrevista à imprensa, o presidente da Força desafiou: “Se achavam que as denúncias iriam me afetar de forma negativa, o efeito foi contrário. Nunca dei tanto autógrafo na vida”.

O nome de Paulinho surgiu em escutas telefônicas da Operação Santa Tereza, da Polícia Federal. O grupo desmontado pela PF é acusado de promover tráfico de mulheres, exploração de prostituição e fraudes em empréstimos do BNDES.

A jornada que o patrão gosta
A campanha das centrais pelegas, pela redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas, foi uma fraude desde o início. No dia 28 de maio, data escolhida como dia de luta pela redução, CUT, Força e CTB promoveram manifestações reduzidas e totalmente sob controle, para não se enfrentar com o governo e com os patrões.

Essa campanha é assim porque, na verdade, está em acordo com a política dos empresários. Eles querem implementar as 40 horas em troca do banco de horas. O banco representa mais lucros, reduz a folha de pagamento ao não tornar obrigatório o pagamento de horas-extras em dinheiro.

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