Longas distâncias, muitas horas de viagem e bastante cansaço não foram motivos para desmotivação dos delegados e delegadasMilhares de quilômetros, cansaço, desconforto na hora de dormir, problemas mecânicos nos ônibus e muitos outros inconvenientes não impediram que delegações de toda parte do Brasil participassem do 1º Congresso Nacional da CSP-Conlutas, em Sumaré (SP). As caravanas do Rio Grande do Norte e do Pará, por exemplo, enfrentaram mais de 50 horas de viagem para cumprir um objetivo que com certeza compensou todo o sacrifício feito: fortalecer uma central sindical e popular, com a finalidade de organizar a luta de todos os trabalhadores explorados e oprimidos do Brasil.

A estudante de Serviço Social e militante da Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre (ANEL), Jéssica Augusto, saiu de Natal às 16h30 da terça-feira 24, juntamente com os delegados do Sindicato dos Servidores Federais do RN (Sindsef/RN) e demais ativistas da ANEL. Após 58 horas de viagem, às 4 horas da manhã da sexta-feira 27, o ônibus da delegação de Natal finalmente chegou à Estância Árvore da Vida, local do congresso. Mas não sem enfrentar algumas dificuldades. “Foi uma viagem longa, cansativa. Era difícil dormir bem dentro do ônibus. Sem falar na péssima estrutura dos banheiros das rodoviárias e o alto preço da alimentação nos pontos de apoio em que paramos”, contou Jéssica Augusto.

Entretanto, mesmo com todos os problemas, a estudante disse ter valido a pena o sacrifício. “A gente dedica a nossa vida a organizar a luta dos trabalhadores. Fico muito feliz em estar aqui com muitos ativistas de todo o país. Saímos desse congresso mais fortes, junto com todos os setores que não foram ganhos para o governo. Um debate democrático, como o desse congresso, traz sempre muito aprendizado”, destacou a militante da ANEL.

Com a delegação do Pará, os problemas não foram menores. O ônibus que trouxe operários da construção civil e representantes de movimentos populares do estado saiu de Belém às 3 horas da madrugada de quarta-feira 25 e levou 52 horas para chegar ao local do congresso, às 7 horas de sexta 27. Entre as dificuldades enfrentadas pelos delegados do Pará, além do cansaço, do alto custo da alimentação pelo caminho e de todo o desconforto do transporte, destaque para os problemas mecânicos do ônibus que acabaram atrasando a viagem. “Foram muitos os transtornos para chegar até aqui, a exemplo da bateria do veículo que arriou na estrada”, explicou o professor Abel Ribeiro, da delegação de Belém.

Mas a disposição de participar do congresso se mostrou maior do que qualquer inconveniente. “Enfrentamos tudo isso porque vale a pena construir essa ferramenta de luta que é a CSP-Conlutas. É um sacrifício em benefício dos trabalhadores. Nossa central sindical e popular sai mais fortalecida, mais confiante na reorganização do movimento sindical contra os governos que atacam os trabalhadores. A dificuldade compensa porque estamos construindo algo superior para a nossa classe”, finalizou o professor.