Fátima Barros
Redação

Fátima, presente!

Liderança quilombola sempre será um exemplo de luta

No dia 6 de abril, perdemos mais uma guerreira da nossa classe para o Covid-19, para o genocídio perpetrado por Bolsonaro e por esse sistema capitalista assassino.

Fátima Barros foi uma guerreira quilombola do Tocantins e da coordenação da Articulação Nacional Quilombola. Foi um exemplo de mulher negra, forte, com a espiritualidade e a ancestralidade à flor da pele. Como diz Cláudia Durans, do PSTU Maranhão, “quem esteve no último congresso da CSP-Conlutas e participou do ato dos setores oprimidos vai lembrar da fala dela. Fala forte, carregada de espiritualidade e ancestralidade”.

Nossa alma chora a perda da nossa guerreira Fátima Barros. Fátima se junta aos nossos ancestrais. Mas, sua força e exemplo permanecerão em nós. Vai guerreira! Aqui, vamos seguir para acertar as contas com esse governo genocida, com o latifúndio, com o agronegócio e com os racistas.

O PSTU se soma à dor de todos aqueles e aquelas que, no Brasil inteiro, sabem da falta que Fátima fará à luta de todos nós por uma sociedade socialista, especialmente à luta dos negros e negras, dos quilombolas e dos povos indígenas.

Vamos transformar nossa dor em mais ódio contra Bolsonaro e sua trupe, contra esse sistema capitalista e todos seus representantes hipócritas: os banqueiros, os grandes empresários e os governadores, que não garantem lockdown nacional, nem quebram as patentes para garantir vacinas para todos e todas.

Vamos transformar mais esse luto em luta, enfrentando essa burocracia sindical pelega, na defesa de uma Greve Geral Sanitária, da CSP-Conlutas, da auto-organização dos trabalhadores, do movimento popular e de todos oprimidos.

Fátima, presente, até o socialismo, sempre!

 

 

Presente!

Adeus, camarada Marcão!

PSTU-São José do Rio Preto

A Covid-19, os governos e o capitalismo levaram Marcão! Ele partiu neste dia 3 de abril, depois de dias intubado, em uma UBS (Unidade Básica de Saúde), em São José do Rio Preto (SP). Marcos Alves Rodrigues, nosso Marcão, foi um militante muito aguerrido. Não há quem seja da vanguarda de luta na cidade que não o conheça e não tenha boas histórias a contar.

Era pintor e vendedor de livros, organizou muitos projetos de esporte para os jovens do bairro. Foi fundador do PSTU-Rio Preto e organizou, por anos, o SEXTMARX (Seminário de Estudos Marxistas), na UNESP (Universidade Estadual de São Paulo) de Rio Preto, onde, também, fez parte do Diretório Acadêmico, quando cursava Pedagogia. Também contribuiu enormemente para a formação de muitos de nós, a partir do Grupo de Estudos em Filosofia da Práxis e do “Jornal Brado”, que panfletava nos bairros e nas portas de fábricas.

Além de ser um camarada fundamental para a construção do PSTU, Marcão deixará muitas saudades por suas polêmicas, por sua irreverência, sua seriedade e por seu grandioso coração. Era também um militante da cultura. Batalhou, por anos, e construiu, com a ajuda de muitos de nós, o Centro Cultural Brado (CCB), o Sebo do CCB e, num passado não tão distante, a Brado Companhia de Teatro.

Sua última postagem nas redes sociais, no dia 18 de março, denunciava os milhões de testes para Covid que apodrecem nos porões do Ministério da Saúde, forçando pessoas a pagar por eles. “Que o mais devastador ódio cresça nos corações dos sobreviventes”, escreveu.

Presente

Adeus, amigo, irmão de sangue e camarada Álvaro Fernandes Sobrinho!

Por Cesar Neto, de Santos (SP)

Álvaro era daqueles militantes com longa tradição. Ingressou na Liga Operária no começo de 1976. Ainda não tinha 18 anos. E fez parte de toda a tradição morenista, até chegar ao PSTU.

Naquela época, ele era bancário do Mercantil/Finasa. A oposição sindical bancária, com muita dificuldade, montou uma chapa e conquistou o sindicato para a luta. Talvez tenha sido o primeiro sindicato tomado dos pelegos por uma chapa com perfil classista. E lá estava o Álvaro, quase um menino.

Depois disso, trabalhou e militou na construção civil de São Bernardo do Campo e, ao ficar desempregado, fez parte de um grupo de militantes da Convergência Socialista que se mudou para Belo Horizonte e Contagem, em Minas Gerais.

Nos últimos anos, participou pouco da vida ativa do partido, mas era um soldado para todas as horas. Ultimamente, andava muito feliz com seu casamento com a Elizete. Na pandemia, restabeleceu contato com o filho Vladimir e sempre falava do Leon, seu outro filho.

Há menos de uma semana, apresentou os primeiros sintomas da Covid. Foi internado, intubado, no último dia 2, mas não resistiu à falta de vacina, à falta de uma política de Estado em defesa da vida. Não resistiu à longa espera por uma UTI.

Você, Álvaro, sabia, e nós sabemos, que o capitalismo mata. Nas lutas, sempre, lembraremos teu nome como vítima do genocídio que está sendo cometido no Brasil.

Até o socialismo sempre.