Este é uma despedida pessoal, mas a faço em nome de todos e todas que militam nas fileiras do PSTU, na esquerda e nos movimentos sociais tanto do Rio quanto neste país tão injusto.

Conheci Maximiano Laureano, ou apenas Max, faz mais de 25 anos, acho que em 1988. Éramos secundaristas da Convergência Socialista. Tínhamos não apenas uma luta, por uma educação melhor e mais justa. Tínhamos um sonho. Um país e um mundo mais justo, sem exploradores e nem explorados. Tivemos vitórias e derrotas. Mas a amizade ficou.

Os anos nos separaram. Eu entrei para uma universidade, ele para outra. Casei-me, larguei a militância por alguns anos, ele também. A vida nos obrigou a cuidar de nós mesmos. Mas, depois de anos, nos reencontramos, como havíamos nos reencontrado nas passeatas, greves e assembleias do Sepe. E foi um reencontro feliz.

Eu voltei à militância, agora no PSTU, e dizia a ele que ele deveria voltar também. Que éramos nós – a velha guarda da CS – que podíamos dar uma grande contribuição ao partido. Aí ele voltou. Daquele jeito dele, distraído, frouxo, mas ao mesmo tempo, carinhoso e engraçado.

Com mais alguns amigos, nos juntamos e montamos um coletivo de mídia, a ANotA, que participou da cobertura de junho de 2013, da greve da rede municipal e de muitas outras batalhas. Nem sempre nos víamos, mas eu sei que sempre estive junto a ele, e ele comigo, porque nossa amizade era forte, como é forte nossa confiança na humanidade e no futuro.

Um futuro que ele não mais estará. E isso me enche de lágrimas nos olhos. Mas que será, em nome dele e de outros tantos, que lutaremos por um mundo melhor.

A foto acima eu tirei num ato em Brasília, a marcha contra os Acordos Coletivos Especiais. Ele aparece junto à Amanda Gurgel e com a filha, um orgulho dele, que entrou na mesma universidade que ele lutou tanto para cursar e terminar. Onde lutou pelas cotas, onde lutou por mais assistência estudantil. Tenho certeza que ficou orgulhoso pela foto. A felicidade é notória nela.

Max, você sempre viverá em nossa lembrança e em nossos corações.

Rodrigo Barrenechea, “chileno”. Professor – como ele -, jornalista – como ele -, revolucionário – como ele.