Aldo Rebelo (PCdoB) lidera ataque sem precedentes ao meio ambiente, em defesa dos ruralistasA revisão do Código Florestal, histórica reivindicação dos latifundiários, está em vias de ser votada na Câmara. No fim desse dia 3 de maio a Câmara dos Deputados aprovou o regime de urgência para o Projeto de Lei, e o presidente da Casa, Marco Maia (PT), prometeu colocar a questão em plenário nesse dia 4.

É uma vitória do deputado Aldo Rebelo (PCdoB), relator do novo código e convertido no mais ferrenho defensor dos interesses dos latifundiários, tendo como principal aliado a presidente da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), a senadora Kátia Abreu (ex-DEM).

O deputado “comunista” vem protagonizando uma verdadeira queda de braço com ambientalistas a fim de flexibilizar as atuais regras de proteção ambiental. Caso seja aprovada a reformulação do Código Florestal editado em 1965, o setor agroexportador vai ter carta branca para avançar sobre matas nativas e ciliares, antes protegidas pela legislação. Outro ponto que está em discussão é o perdão e anistia aos desmatadores. O novo Código Florestal tem um sentido claro: garantir a expansão do agronegócio em detrimento do meio ambiente.

Impasses
As propostas do relator Aldo Rebelo, com medidas como a queda pela metade da proteção de matas ciliares, de 30 para 15 metros, eram tão danosas ao meio ambiente que gerou um impasse com o próprio governo, incomodado com o desgaste político que isso causaria. O imbróglio gerou diversos adiamentos e reuniões entre Rebelo e a base aliada do governo. Em uma delas, em 26 de abril, em que estavam presentes vários ministros, o deputado do PCdoB chegou a esmurrar a mesa quando foi sugerido um novo adiamento da votação.

Nos últimos dias, Rebelo fez jogo de cena, recuou em questões como as matas ciliares, mas os outros ataques continuam como a anistia aos desmatadores. “O que os deputados vão discutir e votar na Câmara Federal é o texto original do relatório de Aldo, aprovado na Comissão Especial no ano passado – aquele que anistia desmatador, reduz as faixas de vegetação nativa em rios e encostas e aponta para um crescimento futuro do desmatamento“, afirma declaração do Greenpeace.

Caso seja aprovado, o novo código representaria mais um passo na destruição do meio ambiente, no fortalecimento do agronegócio e na conversão do país em uma semicolônia, produtora e exportadora de matéria-primas. Tudo isso sob o comando do PCdoB.

Atualização às 20h15: O impasse na Câmara continua e a votação foi adiada para a próxima terça, dia 11

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