Rodrigo Maia e Rogério Marinho: joinha para os empresários. Foto Agência Brasil
Redação

No final da noite desta quarta-feira, 26, a Câmara dos Deputados aprovou, por 296 votos a 177, o projeto que representa o completo desmonte da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). A pressa do governo em passar o projeto se deve ao temor da Greve Geral marcada para esta sexta-feira, 28, que vem ganhando proporções cada vez maiores.

O governo, através do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o “Botafogo” da lista da Odebrecht, fez votar o regime de urgência a fim de apressar a tramitação da reforma. Perdeu na primeira votação na semana passada, mas manobrou e pisou no próprio regimento da Casa, colocando novamente em votação no dia seguinte. Liberação de emendas a deputados, promessas de cargos e demais articulações espúrias, deram vitória ao governo. O projeto ainda precisa passar pelo Senado.

Mais uma vez, porém, o governo não conseguiu aprovar a medida com a quantidade de votos necessários para a aprovação da PEC da reforma da Previdência (são necessários 308 votos). Seria uma mostra para os banqueiros de que o governo conta com uma base suficiente para impor a medida que retira a aposentadoria para grande parte dos trabalhadores brasileiros.

Ataques
A reforma trabalhista que a Câmara, que conta com 39 deputados na “Lista Fachin”, aprovou altera mais de 100 pontos da CLT. Entre as principais medidas está a jornada de trabalho de 12 horas, o contrato de trabalho intermitente (por horas), a redução da multa do FGTS, restrições a que o trabalhador ingresse com ação trabalhista na Justiça, e a permissão para que trabalhadoras grávidas atuem em locais insalubres. Um verdadeiro retrocesso a direitos históricos (veja mais aqui).

Detalhe do ato dia 15 de março. Foto Romerito Pontes

Dia 28, o país vai parar!
Esse governo corrupto e essa Câmara de picaretas não tem qualquer moral para retirar direitos dos trabalhadores. É uma Câmara formada por corruptos, liderado por um notório corrupto e cuja maior parte dos partidos está envolvida na Lava Jato. Para se ter uma ideia da picaretagem, o relator da reforma trabalhista, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) é um empresário dono de terceirizada investigado por fraude contra seus funcionários.

O efeito dessa votação, porém, deve ser o inverso do que espera o governo. O clima de insatisfação que fervilha por baixo vai ficar ainda mais explosivo, aumentando a indignação dos trabalhadores e do povo às vésperas do dia de Greve Geral. Dia 28 vamos parar o país, barrar as reformas trabalhista e previdenciária e botar esses ladrões para correr!

Confira aqui como cada deputado votou