PT e PCdoB dão as costas aos trabalhadores e votam contra o seguro-desemprego para ajudar banqueiros

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desse 6 de maio mais um ataque aos trabalhadores. Por 252 votos a 227 foi aprovada a Medida Provisória 665, uma das duas MP’s que Dilma editou no final do ano passado. Um duro ataque ao seguro-desemprego, aumentando o tempo de trabalho pra ter o direito ao benefício dos atuais 6 meses para 12, o dobro.

A votação da MP de Dilma foi um show de cinismo e hipocrisia. Um dia após Lula ter ido à TV no programa eleitoral do PT dizer que a PL das terceirizações ataca os direitos dos trabalhadores, seu partido selou essa traição histórica à classe trabalhadora. Já o governo Dilma não economizou na compra de apoio. Distribuiu cargos a rodo, principalmente ao PP, o partido de Maluf e que compõe sua base aliada.

A oposição de direita, por sua vez, não economizou na hipocrisia. O PSDB atacou o governo, esquecendo-se do que foi o governo FHC e o que o partido vem fazendo em estados como São Paulo ou Paraná, onde Beto Richa (PSDB) trata os professores com bombas e balas de borracha. Já o Solidariedade, do Paulinho da Força, fez um protesto jogando notas de dólares com as caras de Dilma e dos envolvidos no Lava Jato. Mas eles defendem o PL da terceirização, aprovado recentemente na Câmara e que tramita agora no Senado. O próprio relator da PL 4330 foi o deputado Arthur Maia, do Solidariedade.

Papelão do PT e PCdoB
Essa votação representa mais uma traição do PT contra os trabalhadores, além de outros partidos. O PCdoB se desdobrou pra explicar seu voto favorável ao ajuste fiscal. A líder da bancada ‘comunista’, Jandira Feghali (RJ), disse que as MP’s não foram “a melhor solução”, mas que orientava o voto a favor, no marco da disputa do governo com a oposição da direita. Assim, o PCdoB preencheu mais um quadro em sua cada vez mais longa galeria de traições. Estão lá: o novo Código Florestal, as obras superfaturadas da Copa e agora o ataque ao seguro-desemprego.

O que o PCdoB também não disse é que essa medida visa compor a economia do governo para pagar os juros da dívida. Ou seja, no marco da chegada da crise econômica e num momento em que os trabalhadores, sobretudo os mais jovens, mais precisarão do seguro-desemprego, o governo, o PT, PCdoB, PMDB e demais partidos aprovaram restringir esse benefício direto para os bolsos dos banqueiros.

Trata-se de uma verdadeira traição aos interesses da classe trabalhadora o que o PT e o PCdoB fizeram nessa votação,  é assim que precisa ser denunciado para toda a população o que estes partidos estão fazendo”, afirma o Presidente Nacional do PSTU, Zé Maria. “Aqueles lutadores e ativistas honestos que seguem militando nestes partidos precisam refletir sobre essa situação e deixar de legitimar o que estes partidos estão fazendo contra a nossa classe”, afirma.

É hora de uma Greve Geral
A votação lamentável da MP na Câmara mostra que a batalha contra o ajuste fiscal e os ataques aos trabalhadores não se resolverão nos limites do parlamento. Apesar de votações distintas, o apoio do PSDB, Solidariedade e etc. ao PL das Terceirizações e o apoio do PT, PCdoB às MPs de Dilma mostram que, no ataque aos trabalhadores, PT, PSDB, PMDB, Solidariedade estão todos juntos. 

É nas ruas que podemos derrotar a política de ajuste fiscal do Governo Dilma e da direita. Por isso ganha mais importância o chamado ao Dia Nacional de Paralisação e Manifestações, rumo a uma Greve Geral, convocada pela CSP-Conlutas, CUT, CTB e outras centrais para o próximo dia 29.