Há duas semanas os trabalhadores da Volkswagen Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP), rejeitaram a renovação do acordo de banco de horas proposto pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, filiado à CUT.

Em Taubaté (SP) não seria diferente, pois o sindicato local, também filiado à CUT, participou da negociação junto com o do ABC. Além do banco de horas, foram incluídos na proposta o valor total da PLR 2008 e os dias adicionais de produção, os sábados até 2009.

A repercussão da luta dos trabalhadores na GM em São José dos Campos também se fez presente entre os metalúrgicos de Taubaté. A cidade é vizinha a São José.

Sindicato é forçado a recuar
No último dia 30, a diretoria do sindicato, junto com os membros da comissão de fábrica e cipeiros, ligados à CUT, se reuniram com a empresa e chegaram à conclusão de que a proposta de banco de horas seria rejeitada pelos trabalhadores. Neste dia terminava o prazo de duração do acordo temporário sobre o banco de horas, realizado entre sindicato e empresa.

A defesa da reprovação do acordo, realizada pelo “Ferramenta de Luta”, boletim da Conlutas, deu o tom da polêmica. A Conlutas também realizou uma intensa campanha com a distribuição de 3 mil DVDs sobre a campanha dos trabalhadores da GM em defesa do emprego, dos direitos e contra o banco de horas.

Na entrada do turno da tarde e saída do turno da manhã, o sindicato realizou uma assembléia apenas informativa. Nela, a entidade novamente atacou a Conlutas e a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de São José. Neste momento, o orador do sindicato chegou a ser vaiado pelos trabalhadores. Em seguida, o presidente da entidade informou aos trabalhadores que não iria colocar em votação a proposta da empresa (a mesma apresentada no ABC) e que a partir daquele dia não mais existia o banco de horas na fábrica de Taubaté.

No ABC, a luta continua
Nos dias 28 de julho e 1° de agosto, foram realizadas duas plenárias no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC com os trabalhadores da Volks. Nelas foram debatidos os próximos passos da luta pela PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Mas a diretoria do sindicato tentou novamente defender a volta do banco de horas e foi recusada pelos trabalhadores presentes. No final da plenária do dia 1°, o membro da comissão de fábrica e vice-coordenador do Comitê Mundial dos Trabalhadores da Volks, o “Chalita”, tentou agredir Ailton Gomes, membro da comissão de fábrica.

A luta na fábrica do ABC continua, reforçada pela queda do banco de horas em Taubaté. No próximo dia 16, será realizada nova plenária no sindicato. Os trabalhadores devem reforçar a luta por uma PLR decente e recusar qualquer tentativa de retorno do banco de horas.

Post author Rogério Romancini, de São Bernardo do Campo (SP)
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