Estudantes fazem assembléia nesta segunda, para discutir como lutar pelas outras reivindicaçõesO reitor da Universidade Nacional de Brasília (UnB), Timothy Molholland, renunciou ao cargo neste domingo, 13 de abril. O vice Edgar Mamyia já havia renunciado no sábado. Foi uma grande vitória dos estudantes, que superaram a repressão, os cortes de energia e ataques como o do ministro da Educação, Fernando Haddad, que exigiu que eles deixassem o local. São 10 dias ocupando a reitoria e mostrando a força do novo movimento estudantil.

Na última quinta-feira, 10, Mulholland já havia pedido afastamento temporário do cargo, por 60 dias. Foi uma tentativa, sugerida até pelo próprio presidente Lula, para fazer com que o movimento de ocupação recuasse. Em seu lugar, assumiu o vice. Essa tentativa de acalmar os ânimos dos estudantes, no entanto, não funcionou. A principal reivindicação – renúncia do reitor e do vice – não havia sido atendida, e a ocupação continuou.

Nesta segunda-feira, ao meio-dia, acontece uma nova assembléia dos estudantes para decidir os rumos do movimento. Segundo informações de estudantes que estão na reitoria neste momento, a ocupação pode continuar. Os alunos querem garantir, agora, outros pontos da pauta de reivindicações, como eleições paritárias democráticas para a reitoria e os órgãos de direção da universidade.

Mais tarde, às 14h30, uma reunião do Conselho Universitário decidirá sobre a nova administração da universidade. Os estudantes exigirão, nesse encontro, que seja constituída uma comissão paritária – de alunos, servidores e professores – para organizar as novas eleições. Também defenderão a realização de um congresso estatuinte, para rediscutir o estatuto da instituição.

Não ao Reuni e às fundações
Foi a disposição de luta dos alunos da UnB que fez cair o reitor corrupto. Foi uma primeira e grande vitória. A principal causa da roubalheira instalada na UnB, contudo, não foi derrubada: a ingerência das fundações privadas na instituição, a exemplo das outras universidades públicas brasileiras. O ministro Fernando Haddad deve assinar, nesta segunda-feira, uma portaria estabelecendo regras para as fundações, o que não acaba com a intervenção da iniciativa privada na universidade pública.

É preciso que o movimento continue organizado para derrotar de vez as fundações e o projeto do Reuni do governo Lula, que acelera a privatização da educação pública.