Bush tenta acalmar oposição e mantém política de guerra no Iraque
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Aprovação ao presidente dos EUA, que insiste em aumentar presença no Iraque, é de apenas 27%.Na noite de 23 de janeiro, o presidente norte-americano, George W. Bush, anunciou, no discurso anual intitulado “O Estado da União”, o seu novo plano para o Iraque. Na verdade, a novidade ficou mesmo por conta do mais baixo índice de aprovação de Bush, comparável ao do presidente Richard Nixon, que renunciou em 1974, após o escândalo Watergate.

Mesmo diante de uma forte oposição, conformada pela maioria democrata no Congresso estadunidense, Bush não recuou. Em sua fala, argumentou no sentido de convencer a todos que ainda há uma chance de vitória no Oriente Médio, apresentando um plano de permanência no Iraque, com um envio complementar de 21.500 soldados ao país, como última chance de obter a vitória na guerra.

Conciliador na forma, Bush procurou amenizar a rejeição a sua política. Ele mesclou questões internas que satisfazem ao programa democrata com a continuidade da política de guerra. Bush, um magnata do petróleo, chegou a propor uma redução do consumo de gasolina em 20% nos próximos 10 anos para acalmar os ânimos dos “ecologicamente corretos” democratas. Bush falou ainda sobre saúde, aquecimento global e sobre o problema dos imigrantes.

O presidente segue utilizando o discurso antiterror e intensificou a sua posição contra o Irã, colocando o país na mira do “antiterrorismo”. No programa apresentado, também está incluído um aumento do efetivo do Exército e dos marines (fuzileiros navais), como parte da política de militarização.

A situação dos Estados Unidos já foi comparada ao Vietnã. Em seu discurso, Bush admitiu que o plano deveria servir para “mudar os eventos na direção da vitória”.

O fracasso da política imperialista “contra o terrorismo”
Segundo pesquisa divulgada recentemente pelo jornal Washington Post e pela TV ABC News, 71% da população norte-americana acha que o país está na direção errada, e 66% acredita que começar uma guerra contra o Iraque foi um erro.

A popularidade do presidente vem caindo proporcionalmente à intensidade da ofensiva no Oriente. Segundo a mesma pesquisa, a aprovação a Bush caiu de 83%, em 2002, para 33%, em 2007. Outra pesquisa, do jornal New York Times, aponta para um índice ainda menor: 27%.

Pressionados pela opinião pública, democratas chegaram a sugerir a retirada dos exércitos norte-americanos do Iraque. Já de olho nas eleições presidenciais de 2008, essa demagogia serve apenas para atrair eleitores no meio de uma população que clama pelo fim da ocupação.

Vale lembrar que os democratas votaram a favor da guerra e não têm nenhum projeto de retirada das tropas. A grande diferença entre democratas e Bush está em saber quem administra melhor este grande negócio.