Presidente norte-americano começa no Brasil sua visita na América Latina, para tentar recuperar influência.A passagem dos enviados da Casa Branca ao Brasil – três dos mais influentes – na semana que passou surtiu efeito. Bush, que previa uma visita ao Brasil no primeiro semestre sem nenhuma data indicada, se antecipou até mesmo a Lula, que estava programado para aterrissar em Washington até o mês de julho. Do Brasil, Bush segue para Uruguai, Colômbia, Guatemala e México, em uma rodada que termina no dia 14 de março.

Segundo informe oficial publicado no portal da Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos vai se reunir com Lula em São Paulo, no dia 8 de março. Embora o pretexto siga sendo os biocombustíveis, o objetivo central do governo norte-americano com esse encontro é a retomada de influência na América Latina. No comunicado, a assessoria de imprensa de Bush diz que a viagem “firmará o compromisso dos Estados Unidos com o Hemisfério Ocidental” e informa que ele tratará de “uma variedade de assuntos, entre eles a energia alternativa e também se reunirá com outros líderes da sociedade brasileira”.

A aproximação dos dois governos vem se dando a passos largos. Os encontros entre Itamaraty e Casa Branca deverão ficar mais freqüentes na medida em que se acirre a onda de esquerdização na América Latina. Os Estados Unidos sabem que Lula é uma grande referência no continente e pode ser um ponto de equilíbrio para impedir que se alastre o sentimento de esquerda do povo latino-americano.

A aprovação do chefe
Lula não decepciona, cumprindo muito bem o papel de “extintor de incêndios” na América Latina. O exemplo mais categórico é a permanência do exército brasileiro no Haiti, liderando uma “missão de paz” da ONU que vem massacrando a população haitiana. Bush espera, ainda, que Lula seja um neutralizador dos discursos antiamericanos de Hugo Chávez.

O governo norte-americano também elogiou “ações antiterror” que o Brasil vem tendo na tríplice fronteira com o Paraguai e a Argentina conforme informa o jornal Valor econômico. O governo brasileiro, além de destinar recursos para controlar o terrorismo (!!) na região, criou um Centro de Inteligência de combate ao crime em Foz do Iguaçu.

Com tecnologia de ponta, o aparato criado pelo governo brasileiro, seguindo as orientações dos Estados Unidos, tem condições de detectar e reprimir rapidamente qualquer mobilização que se dê na região, por exemplo. “Nós temos mecanismos para detectar qualquer mudança (na segurança) na tríplice fronteira. Fazemos um acompanhamento permanente da situação”, disse o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.

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