Na Internet, a indignação tomou conta das redes sociais. Imagens e relatos de moradores da região e ativistas se contrapunham às mentiras de que a reintegração se dava de forma ‘tranquila’. Também serviram para convocar e divulgar as manifestações de apoio aos moradores do Pinheirinho. No Twitter, a palavra ‘Pinheirinho’ foi uma das mais escritas nos dias seguintes à desocupação.

Poucas horas após o início da reintegração, cerca de 500 pessoas fecharam a Av. Paulista em protesto contra o despejo, mesmo embaixo de chuva. A rede de solidariedade e revolta contra a desocupação se espalhou pelo país e, no dia 23, ocorreram manifestações em diversas regiões.

São José dos Campos (SP)
Cerca de 300 manifestantes percorreram as principais ruas da cidade. O ato poderia ser bem maior, mas muitos ativistas estavam engajados no apoio às famílias desabrigadas. A PM, em ação nunca vista, obrigou o comércio a fechar suas portas, espalhando o pânico. Mesmo assim, foram distribuídos panfletos denunciando a reintegração. Apesar do clima de terror, muita gente manifestou apoio ao ato.

Rio de Janeiro (RJ)
Ocorreram atos na capital, Niterói, Nova Iguaçu, Nova Friburgo, Macaé e Volta Redonda. O ato na capital ocorreu no Largo da Carioca e reuniu aproximadamente 350 pessoas, entre elas representantes de entidades populares, sindicais e estudantis, que saíram em marcha até a Câmara Municipal, carregando faixas, bandeiras e cartazes em solidariedade à comunidade atacada

Maceió (AL)
O protesto ocorreu no dia 24, no centro de Maceió, e reuniu partidos, representantes de sindicatos e estudantes. Heloísa Helena, que visitou o Pinheirinho durante sua campanha à presidência em 2006, também esteve presente.

Curitiba (PR)
Em Curitiba, o ato em defesa do Pinheirinho ocorreu na Boca Maldita, centro da cidade. Reuniu movimentos sociais e sindicalistas.

Porto Alegre (RS)
Cerca de 200 pessoas dos movimentos sindical, popular e estudantil realizaram a manifestação em defesa do Pinheirinho na tradicional Esquina Democrática, no centro da capital gaúcha.

Brasília (DF)
O protesto ocorreu em frente ao Ministério da Justiça e reuniu cerca de 150 pessoas. Participaram ativistas da CSP-Conlutas, MTST, além de representantes de movimentos sociais e sindicatos. Uma comissão chegou a ser recebida pelo Palácio do Planalto.

Campinas (SP)
A manifestação ocorreu no dia 24 e, apesar de ter sido organizada em menos de 24 horas, reuniu 500 pessoas, que marcharam em passeata pelas ruas do centro.

Fortaleza (CE)
Os estudantes de Comunicação Social, reunidos em um congresso nacional na cidade, organizaram o ato que reuniu aproximadamente 150 pessoas. Aos estudantes somaram-se sindicalistas da construção civil, confecção feminina, bancários e professores da rede estadual e municipal. Além de militantes da CSP-Conlutas, UNE, Intersindical e do PSOl, PCB e PSTU.

São Paulo (SP)
Além do ato que ocorreu no mesmo dia da desocupação, no dia 23 também houve protesto em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Reunindo algo como 350 pessoas, o ato foi organizado pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).
Já no dia 25, aniversário da cidade, cerca de três mil pessoas realizaram um protesto na Praça da Sé. O ato foi contra a reintegração do Pinheirinho e a política higienista imposta pelo prefeito Kassab. A polícia reprimiu os ativistas quando o prefeito, que estava dentro da Catedral da Sé, deixou o local.
Em São Paulo foi organizado um Comitê de Solidariedade ao Pinheirinho que já reúne 40 organizações e que vem planejando ações em defesa dos moradores. Estão ocorrendo ainda atos espontâneos convocados pelas redes sociais.

Maringá (PR)
Em Maringá, cerca de 150 pessoas protestaram no dia 24 contra a reintegração. A manifestação reuniu estudantes, movimentos sociais, sindicatos e partidos de esquerda.

Belo Horizonte (MG)
Cerca de 200 ativistas protestaram na Praça da Liberdade. O ato reuniu metalúrgicos, professores, servidores, metroviários, estudantes, moradores de ocupações urbanas e ativistas de Direitos Humanos.
Os manifestantes protestaram em frente ao Palácio da Liberdade, sede do governo Estadual, onde denunciaram os crimes cometidos pelas autoridades e pela PM de São Paulo, bem como a atitude truculenta do governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia (PSDB), diante das ocupações urbanas.

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