Protesto em solidariedade aos bombeiros do Rio

“Bombeiro na rua, Cabral a culpa é sua” foi um dos principais gritos que entoaram na sexta-feira na cidade de Macaé (RJ). Cerca de 200 pessoas, entre bombeiros da cidade, de Campos, Cabo Frio e Rio das Ostras se somaram às manifestações pela libertação dos 439 presos no último dia 4. Com camisas vermelhas, cartazes e panfletos divulgando a luta, fizeram caminhada do Posto 2 da praia de Cavaleiros até a Câmara de Vereadores de Macaé. Por onde passavam, recebiam o apoio da população.

Da cidade de Macaé foram 14 presos. Entre eles, o bombeiro cuja companheira perdeu o filho após a truculência do Bope de Cabral. A indignação tomou conta dos demais integrantes da corporação na região que, além de já terem participado das manifestações do Rio de Janeiro, se dispuseram a construir atos na cidade. “Nem um passo daremos atrás“, era a parte do Hino dos Bombeiros mais cantada, em referência à continuidade da luta até o atendimento das reivindicações.

Além da liberdade dos presos, a manifestação denunciou as condições de trabalho dos bombeiros que recebem o pior salário do país, quatro vezes menos que os bombeiros do Distrito Federal. Reivindicaram a aprovação da PEC 300, que daria a equiparação salarial junto à do policial militar em nível nacional, já que todos são militares. Além do salário, foi citada a situação da saúde dos bombeiros da região. “Caso um bombeiro de Macaé adoeça para receber licença tem que percorrer mais de 200 km para passar por perícia na capital. Isso também vale para qualquer assistência médica, como a qualquer acidente que sofremos“, relatou um dos bombeiros.

Além dos bombeiros e familiares, a CSP-Conlutas esteve presente desde a construção do ato. Os adesivos da central sindical estiveram estampados no peito dos manifestantes. Também foi assim com o adesivo do PSTU que denuncia o caráter ditatorial do governo Cabral. A Oposição Petroleira do Norte Fluminense fez chamado aos petroleiros se somarem em solidariedade. Panfleto da Oposição e da FNP com a chamada “Em 1995 a nação inteira foi toda petroleira, agora somos todos bombeiros” foram distribuídos nas bases de Imbetiba e Cabiúnas.

Já o Sindicato dos Profissionais de Educação – sessão Macaé, fez o chamado em assembléia no dia anterior que decidiu por paralisar as atividades no próximo dia 16, em Campanha Salarial no município e na defesa dos 10% do PIB para a educação. “O governo Cabral e Dilma, com o ataque feito aos bombeiros e o corte de verba em setores essenciais como a Educação, já demonstraram que não respeitam os trabalhadores. Precisamos unificar todos as categorias em luta. O dia 16 pode ser esse marco”, concluiu Alexandre Elias, da direção do Sepe Macaé e militante do PSTU. Além dessas entidades, também estiveram presentes representantes da OAB e estudantes.

Durante a manifestação os trabalhadores vibraram com a notícia da primeira vitória conquistada: a libertação dos 439 presos políticos do governo Cabral. O sentimento era da continuidade da luta, pela retirada dos processos, nenhuma punição aos manifestantes e melhoria das condições salariais.

O objetivo de passar a idéia de cidade modelo para a Copa do Mundo se inverteu pela ações de Cabral. O Rio de Janeiro, na paródia dos Bombeiros, agora ficou conhecida por toda a população brasileira como:

“Cidade maravilhosa
Cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa
Com o pior salário do Brasil….”