O governo está fazendo um grande alarde do crescimento econômico. Realmente está havendo um crescimento, assim como em praticamente todo o mundo, como parte do ciclo capitalista. Mas este não resolve em nada a crise social do país. O desemprego bateu um recorde histórico, em abril, e a miséria segue crescendo.

Isso se dá porque o governo segue aplicando a receita do FMI. O primeiro quadrimestre de 2004 é mais uma demonstração dessa realidade. O governo praticamente já cumpriu, dois meses antes, a meta estabelecida com o FMI para o primeiro semestre. Pelo acordo, teria que economizar R$ 32,6 bilhões nos primeiros seis meses. Até abril, o superávit primário nas contas públicas foi de R$ 32,4 bilhões. O governo sustenta este superávit para pagar os juros das dívidas. De janeiro a abril de 2004, pagou R$ 41,259 bilhões de juros aos banqueiros nacionais e internacionais. Por isso, os lucros dos bancos, junto com os índices de desemprego, batem recordes.

Se os quatro primeiros meses de 2004, destinou R$ 41,2 bilhões ao pagamento das dívidas externa e interna, para as áreas sociais, o governo federal destinou apenas R$ 19 bilhões.

Para garantir o superávit primário, nem sequer está aplicando o seu próprio Orçamento, que já é rebaixado nos gastos sociais.

Veja abaixo a comparação do que foi gasto nas áreas sociais com gastos com juros:

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