O deputado federal Jair Bolsonaro, assumido defensor da ditadura militar, fará nesta sexta-feira, dia 24 de junho, uma sessão solene no plenário da Câmara dos Deputados, em homenagem aos militares que combateram a guerrilha do Araguaia.

A homenagem, uma ofensa a todos os brasileiros que combateram a o regime militar e aos que hoje lutam contra o neoliberalismo, acontece dois dias após o deputado ultra-direitista chamar o ex-ministro José Dirceu de ‘terrorista’, iniciando um tumulto no plenário.

No ato da sexta, haverá uma homenagem especial ao coronel Lício Augusto Ribeiro Maciel, militar que mais assassinou guerrilheiros no Araguaia. Além de homenagear um assassino, a entrega da medalha Tiradentes é ainda uma provocação de Bolsonaro aos petistas, já que Lício foi o militar que prendeu o atual presidente do PT, José Genoino.

A guerrilha do Araguaia foi organizada pelo PCdoB, entre 1971 e 1975 e reuniu menos de 100 pessoas, entre militantes e moradores da região, em três destacamentos, no Sul e no Sudeste do Pará. Nas três operações do Exército, participaram cerca de 5 mil soldados, muitos dos quais entraram com absurdos pedidos de indenização ao governo brasileiro.

Mesmo considerando a guerrilha como uma forma de luta que leva ao isolamento em relação aos trabalhadores, é preciso repudiar com todas as forças este ato. Bem como todas as tentativas de setores saudosistas da ditadura, ainda que estes não representem hoje uma parcela relevante das classes dominantes do país.

Por mais que José Dirceu seja acometido por freqüentes referências à ditadura e a seus ‘companheiros de armas’, uma saída golpista não está colocada. Tanto o imperialismo e setores importantes do capital, como os banqueiros, estão satisfeitos com esse governo e não têm motivos para uma saída deste tipo. E, é bom lembrar, foi o próprio presidente Lula, em pessoa, o primeiro a homenagear o assassino Lício Maciel, em 15 de julho de 2003, com a medalha do Pacificador.