Presidente eleito, Jair Bolsonaro, e o atual, Michel Temer
Redação

Não vamos deixar que ataquem nossa aposentadoria! Se colocar para votar, o Brasil tem que parar!

O presidente eleitor Jair Bolsonaro (PSL) afirmou, em entrevista realizada neste dia 29 à TV Record, que já trata com Michel Temer a aprovação de uma reforma da Previdência ainda para este ano. Temer já havia se colocado à disposição do novo presidente eleito, fosse qual fosse, para ajudar a votar já em 2018 um primeiro ataque às aposentadorias.

Semana que vem estaremos em Brasília e tentaremos junto ao atual governo de Michel Temer aprovar alguma coisa. Senão toda a reforma da Previdência, ao menos parte“, declarou Bolsonaro. O projeto de reforma já está no Congresso Nacional e só não foi aprovada por conta da Greve Geral realizada em 2017 e a revelação do escândalo envolvendo Temer e Joesley Batista. Entre as medidas que podem já ser aprovadas está a idade mínima para se aposentar, de 65 para homens e 62 às mulheres, que afetaria principalmente os mais pobres.

A reforma da Previdência é a principal medida exigida pelo mercado financeiro a fim de continuar garantindo o pagamento da dívida pública aos banqueiros internacionais.

Modelo chileno de Previdência
Essa primeira reforma pretendida por Bolsonaro e Temer seria o primeiro passo para uma reforma, esta sim definitiva, bem mais drástica que o modelo pretendido por Temer. O guru econômico de Bolsonaro, Paulo Guedes, quer impor um modelo de capitalização a exemplo do que a ditadura Pinochet fez no Chile (justo no período no qual Guedes trabalhou no governo Pinochet inclusive). Hoje, trabalhadores e aposentados chilenos estão vendo o resultado desse modelo, com a maioria dos aposentados recebendo menos que um salário mínimo (leia mais aqui).

Rio de Janeiro 9 10 2018 O economista Paulo Guedes, foto Fernando Frazão Agencia Brasil

Além do ataque à aposentadoria, Guedes apontou ainda uma nova rodada de reforma trabalhista. “Vamos criar uma nova Previdência com o regime de capitalização, mas tem a previdência antiga que está aí. Além do novo regime trabalhista e previdenciário que devemos criar para as futuras gerações, temos que consertar essa que está aí“, disse. Isso significa um futuro em que grande parte dos trabalhadores e da população, sobretudo a mais pobre, não tenha direito à aposentadoria e a precarização cada vez maior das relações trabalhistas.

Frente única em defesa da aposentadoria e dos direitos
É preciso unir os trabalhadores e a população pobre numa luta em defesa das nossas aposentadorias e dos nossos direitos. Independentemente de quem cada um votou nessas eleições, essa reforma da Previdência afetará a todos os trabalhadores, e os nossos filhos. Significa o fim do direito à aposentadoria a grande parcela da classe trabalhadora. Precisamos nos unir aqui embaixo para defender o nosso futuro. As direções das centrais sindicais têm a responsabilidade de organizar já essa luta, convocando um plano nacional de lutas rumo a uma Greve Geral.

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