O Bloco Acorda Peão, do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, saiu às ruas da cidade no sábado, 5, para denunciar o contexto político atual e as condições de vida dos trabalhadores. Nesse ano, o diferencial foi a ala de mulheres, reivindicando o fim da violência.

Durante o trajeto, o bloco parou para falar de coisa séria: da situação das mulheres em nosso país. Rosângela Calzavara, diretora do sindicato, falou por alguns minutos sobre o machismo e a exploração a que estão submetidas as mulheres. Lembrou que em nosso país elas ganham até 30% menos que os homens para desempenharem os mesmos serviços e que são as maiores vítimas da pobreza.

Rosângela criticou o aumento de R$ 35 dado ao salário mínimo enquanto os parlamentares e a própria presidente tiveram aumento médio de R$ 10 mil em seus salários. “Essa medida demonstra que não podemos acreditar que só pelo fato de ser mulher Dilma vai melhorar a nossa vida. Para que tenhamos melhoras é preciso que os interesses das trabalhadoras sejam respeitados, o que não está sendo feito, afinal, dentre as que ganham salário mínimo somos a maioria”, disse a metalúrgica.

Rosângela chamou a atenção para o fato de que além das condições econômicas, o machismo também se revela nos costumes e nos crimes bárbaros. “Hoje, em nosso país, a cada dois minutos, cinco mulheres são agredidas. A cada duas horas, uma morre. A Lei Maria da Penha não é suficiente e são as trabalhadoras que mais sofrem com isso”.

Por fim, prestou homenagem às mulheres árabes, conclamando a todas para que se inspirem na força e na garra daquelas que estão fazendo revoluções, apesar de todos os costumes machistas impostos a elas, para transformar o 8 de Março num grande dia de luta.

O PSTU esteve presente e distribuiu leques com os dizeres “Respeite as mulheres no carnaval e no resto do ano também”. Os componentes do bloco transformaram o acessório em peça obrigatória até o final do desfile. A população, que assistia, também recebeu o material com muita receptividade e sinal de apoio à iniciativa.

*Ana Pagu faz parte do setorial de mulheres da CSP-Conlutas