Com o intuito de barrar o projeto de transposição do Rio São Francisco, o bispo diocesano de Barra, Bahia, Frei Luiz Flávio Cáppio, decidiu não se alimentar até que o governo federal reveja o início da obra. A greve de fome começou dia 26, em uma pequena capela no Município de Cabrobó, Pernambuco. A transposição deve afetar diretamente cinco povos indígenas que vivem nos estados da Bahia e Pernambuco, e a maioria de sua população ribeirinha.

Em carta intitulada “Uma Vida pela vida”, Frei Luiz anuncia o propósito de entregar sua vida pela vida do rio e pede respeito à sua decisão. Em outra carta, enviada ao Presidente Lula, Frei Luiz pede para que o governo não inicie a obra devido aos inúmeros “questionamentos de ordem política, ambiental, econômica e jurídica” feitos pela sociedade.

O presidente da CNBB, cardeal Geraldo Majella, concordou com o bispo de Barra. “A sociedade não foi suficientemente esclarecida, nem pode participar das decisões. Consideramos urgente a revitalização do rio, como também o deseja Dom Luiz Cáppio. A transposição não é tão simples. Há muito que esclarecer e dialogar com a sociedade”.