Ato em Belo Horizonte reuniu diversas entidades

Como parte da campanha nacional de solidariedade à Ocupação Pinheirinho, por volta das 16 horas desta segunda-feira, 23, cerca de 200 ativistas tomaram a Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, para protestar contra o despejo e os crimes da polícia militar de SP.

O Pinheirinho foi violentamente desocupado pela PM neste Domingo, por ordem do governador de São Paulo Geraldo Alckmin e pelo prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury, havendo relato de mortos, centenas de feridos, 6 mil desabrigados, além de um clima de guerra civil na cidade.

Estiveram presentes metalúrgicos (FSDMMG), professores (Sind-REDE e Sind-UTE), servidores públicos, metroviários (Sindimetro), ativistas de direitos humanos (IGH), estudantes (ANEL) e moradores de ocupações urbanas da região (Camilo Torres, Irmã Dorothy, Dandara e Zilá Espósito), além das centrais sindicais CSP-Conlutas, CUT e Intersindical.

O protesto aconteceu em frente ao Palácio da Liberdade, sede histórica do Governo Estadual, onde os manifestantes denunciaram para a população os crimes cometidos pelas autoridades e pela PM de SP, bem como a atitude truculenta do governador de Minas Gerais Antônio Anastasia (PSDB) diante das ocupações urbanas de BH .

Vários dos presentes tomaram a fala para manifestar sua indignação e solidariedade com as vítimas dos despejos. Lacerda Amorim, dirigente da Ocupação Camilo Torres e militante do MTST, alertou que o que acontece hoje no Pinheirinho é um ataque a todos os movimentos sociais do país, em especial aos que lutam pelo direito à terra e moradia. “O que os governos estão fazendo é tentar intimidar os movimentos com o massacre de trabalhadores e jovens, ao mesmo tempo em que nenhuma política de reforma urbana que realmente atenda às necessidades do povo é implementada. Nós aqui em Belo Horizonte corremos o risco de sofrer da mesma forma e não podemos ficar calados”, alertou.

Vanessa Portugal, dirigente do PSTU mineiro e do sindicato dos trabalhadores em educação da rede municipal (Sind-REDE), enfatizou que os crimes cometidos pela polícia contra os moradores são uma mostra da forma como os governos tratam os movimentos sociais, criminalizando-os para tentar calar a luta contra os problemas sociais do país.

Após as falas de apoio em frente ao palácio do governo, os manifestantes foram em marcha até a sede do PSDB em Belo Horizonte. No caminho, foram distribuídos panfletos que denunciavam a realidade da reintegração de posse do Pinheirinho e várias palavras de ordem foram cantadas denunciando os governos responsáveis pelo massacre e a brutalidade policial e reivindicando o direito à moradia para todos os trabalhadores.

Quando o ato chegou à sede do PSDB, a calçada ao redor do prédio foi alvo de arremeços de balões com tinta vermelha, que tingiram o chão simbolizando os mortos e feridos da ocupação. Uma bandeira do PSDB foi queimada e todos seguiram com as denuncias contra os governos Alckmin, Cury e Anastasia.

Nesta Terça-feira, 18h, será realizada uma nova reunião na sede da CSP-Conlutas, para organizar novas iniciativas de solidariedade. A central fica na Avenida Amazonas, n° 491, 6° andar, no centro de Belo Horizonte.

Veja fotos da manifestação em http://www.facebook.com/media/set/?set=a.197143863718181.40119.100002677065247&type=3