Em Belém, a organização do Dia Internacional de Luta da Mulher contou com uma unidade entre a Conlutas, a CNBB e a Via Campesina, para levar mais de duas mil pessoas às ruas sob o tema “Mulheres da Amazônia em marcha na luta contra o imperialismo e na defesa de seus direitos”.

As atividades do 8 de Março culminaram com o ato público pela cidade, mas tiveram início no dia 5, quando chegaram à capital paraense trabalhadores e trabalhadoras rurais de diversos movimentos do campo, como MST e MSTU, e fizeram um grande acampamento na Praça da Leitura, em frente a Avenida Almirante Barroso, uma das principais da cidade.

No acampamento, homens e mulheres do campo e da cidade, unidos pela classe, debateram a situação de opressão e exploração da mulher trabalhadora e as alternativas estratégicas que as direções daqueles movimentos defendiam. A Conlutas participou de mesas e conferências sobre a mulher no capitalismo e sobre o poder popular, sempre apontando a revolução socialista como a única via real de emancipação da mulher de sua atual condição. No debate de conjuntura, a Coordenação trouxe à tona a discussão sobre o mais novo inimigo das mulheres trabalhadoras, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), com a ida de verba pública para as obras da burguesia e o conseqüente arrocho salarial e do funcionalismo público, bem como as Reformas de Lula/FMI, dando enfoque para a da Previdência já anunciada e que pretende elevar para 65 anos a idade mínima para a aposentadoria de homens e mulheres.

Como 8 de março é pra lutar, a inserção em espaços progressistas, mas que tenham grupos que ainda depositem esperanças no governo Lula e no PT, são fundamentais para dialogar com a base desses movimentos na denúncia da traição e dos ataques que esses governos promovem contra a classe trabalhadora. No Pará, existe uma mulher no Governo do Estado, Ana Júlia Carepa (PT), que apesar de seu gênero, não deve ser referência para as lutadoras desse Estado, pois seu principal parceiro não é o povo explorado, mas sim Jader Barbalho (PMDB) com seu histórico de corrupção, na implementação das Reformas da Previdência, Trabalhista, Sindical e Universitária.

A participação da Conlutas nessa grande agitação é inquestionável, pois para além do eixo do repúdio à vinda de Bush ao Brasil, o que sem dúvidas era consenso com as demais organizações, coube a ela dizer quem é o aliado do Senhor da guerra no Brasil e na América Latina, tanto na execução do projeto neoliberal no país como no envio de tropas brasileiras ao Haiti. Por isso Belém gritou “Fora já, fora já daqui, Bush do Iraque e Lula do Haiti!”.

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