Pedro Condori e Antonio Quispe são presos novamenteFonte – www.litci.org/pt

Pela terceira vez, o secretário geral do Sindicato Mineiro de Casapalca, Pedro Condori Laurente e o secretário de organização, Antonio Quispe Tamayo, foram presos, desta vez sob a acusação de “delito contra a administração pública” na variante de “violência contra a autoridade”.

No dia 11 de janeiro estes dirigentes apresentaram-se nos escritórios da empresa, em Lima, para fazer entrega da nova pauta de reivindicações. Quando saíram, um policial os esperava na porta para levá-los detidos.

No final de julho do ano passado ocorreu um acidente na mina, onde faleceu um operário. Rapidamente esteve na mina o promotor da localidade. Ele, ao invés de realizar as perícias que a lei exige, e que determinariam a responsabilidade da empresa pelo acidente, pretendia retirar o corpo imediatamente e entregá-lo à família “para que de vez o sepultem”, tentando assim proteger a patronal. Pedro Condori e outros membros da diretoria e da base opuseram-se a esta decisão exigindo que a perícia se realizasse conforme a lei. Em nenhum momento teve violência. Mas o fato foi aproveitado pelo promotor para denunciar os mencionados dirigentes por “delito contra a administração pública”.

A atuação do promotor não é casual. É o mesmo que inventou outras acusações que levaram ao cárcere injustamente os mesmos dirigentes durante o ano passado, quando Pedro Condori permaneceu nove meses preso por puro abuso. Este novo caso é já um escândalo: as vítimas que denunciam o promotor por cumplicidade com a patronal terminam sendo denunciados e encarcerados.

Os dirigentes mineiros processados e encarcerados anteriormente foram inocentados e seus processos arquivados, mostrando sua absoluta inocência. A pressão dos trabalhadores conseguiu que fossem reconduzidos a seus postos de trabalho, como foi o caso de Pedro Condori, combativo dirigente identificado com a causa dos trabalhadores mineiros. A Companhia Mineira Casapalca, da família Gubbins, mantém sua política de atacar a liberdade sindical e segue tentando desestabilizar o sindicato para manter suas políticas de super-exploração contra 1.600 trabalhadores que seguem sob o regime de serviços (terceirizados) e não figuram na lista de empregados da empresa.

Sob o governo de Alan García estes abusos contra os trabalhadores são “o pão da cada dia”. Frente a isto, no sábado 16/01 os trabalhadores de Mineira Casapalca, junto a outras bases sindicais realizarão uma vigilia de protesto nos escritórios da empresa.

Chamamos às organizações operárias e populares do Peru e do mundo, a enviar pronunciamentos de solidariedade, exigindo a liberdade imediata dos colegas e que cessem os abuso da patronal. Pedro Condori e Antonio Quispe devem ser tirados do cárcere de García novamente com a solidariedade nacional e internacional.

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