Há dois anos, o governo Lula enviou cerca de 1.200 soldados para chefiar a ocupação no Haiti. De lá para cá, as tropas da chamada Missão das Nações Unidas para a Estabilização (Minustah) sofreram diversas denúncias de massacres e violações dos direitos humanos. O pior de tudo é que o governo quer ampliar em mais um ano a permanência de soldados brasileiros no país caribenho.

A notícia surgiu semanas depois que soldados brasileiros estiveram envolvidos em um novo massacre. No dia 22 de dezembro, mais de 400 militares brasileiros, acompanhados por soldados chilenos e uruguaios e pela polícia haitiana, atacaram uma área de Cité Soleil chamada Bois Neuf, provocando, de acordo com dados oficiais, nove mortes. Testemunhas afirmam que as pessoas assassinadas superam a cifra de 30, sendo que 80 ficaram feridas. O ataque foi feito com carros blindados e helicópteros. Um observador ligado a organizações dos direitos humanos contou ao menos 17 cadáveres, entre eles o de uma mulher negra grávida de seis meses, com tiros na barriga.

Esse evento trágico é apenas a ponta do iceberg dos inúmeros crimes cometidos pelas tropas de “paz” da ONU. A suposta imagem progressista de Lula se desfaz em mil pedaços diante de tais atrocidades. Na verdade, as tropas brasileiras estão a serviço de uma ocupação colonial, a mando de Bush, e cometem no Haiti os mesmos crimes que os soldados norte-americanos realizam no Iraque.

Fazemos nossa a luta do povo haitiano pelo fim da sanguinária ação militar que envergonha todos os trabalhadores brasileiros. É preciso exigir o fim dessa matança e que as tropas brasileiras e de outras nações desocupem o país. Fora a Minustah do Haiti! Viva a luta do povo haitiano!
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